Três de dezembro de 2013. Algumas horas depois de a presidente Dilma Rousseff assinar as ordens de serviço para a duplicação de dois dos três trechos da BR-280, entre o Porto de São Francisco do Sul e Jaraguá do Sul, a euforia tomava conta de lideranças políticas e empresariais da região que acompanhavam a solenidade em Brasília.
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Mas lá se foram seis meses da assinatura das ordens de serviço e ainda não há obras em nenhum dos dois trechos liberados. Pior: o processo de licitação do trecho que foi bloqueado na Justiça por uma das empreiteiras – e obrigou o Dnit a cancelar todo o edital – sequer foi refeito e segue sem uma nova data.
Por enquanto, em vez de máquinas e novos caminhos abertos em meio à vegetação, há apenas levantamentos ambientais, geológicos e a montagem de canteiros e sedes administrativas das empresas Centenco e Sulcatarinense. Na solenidade do dia 3 de dezembro, em Brasília, a expectativa era de ter obras já em janeiro, logo após as férias.
Há duas semanas, com o levantamento ambiental concluído, a superintendência do Dnit em Santa Catarina resolveu cobrar pelo menos a primeira parte dos trabalhos, com a retirada da vegetação do lote 2.2 – entre Guaramirim e Jaraguá do Sul.
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O novo superintendente do órgão, Vissilar Pretto, que substituiu João José dos Santos no meio do processo, chegou a combinar com a Cetenco um cronograma das etapas da obra.
A previsão era de que os trabalhos começassem no dia 1º de junho, o que não aconteceu. Num acerto prévio, ficou determinado que o primeiro trecho a ter a vegetação retirada é o que fica entre o bairro Caixa D?Água e os trilhos da América Latina Logística (ALL), em Guaramirim.
O lote tem 24 quilômetros. O trecho completo vai do quilômetro 50 da BR-280, no trevo de acesso à Rodovia do Arroz, em Guaramirim, até o Bairro Nereu Ramos, no quilômetro 74 da rodovia, em Jaraguá do Sul.
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A Cetenco está responsável pelo trecho mais caro e onde há as maiores complicações técnicas, já que uma nova rodovia, paralela à BR-280, será construída numa região cercada de morros. É nesse lote que deve ser construído um túnel. Dos R$ 972,5 milhões que o governo federal planeja investir na duplicação total, o lote 2.2 deve consumir R$ 535,7 milhões.
Além do canteiro de obras, que fica numa zona rural, a Cetenco também montou um escritório perto do Centro de Jaraguá do Sul, na rua Guilherme Gumz. É lá que está montada a base administrativa e onde devem ser selecionados os trabalhadores.
Situação do lote 1 continua indefinida
O trecho mais problemático da duplicação da BR-280 é exatamente o mais movimentado – o que fica entre a BR-101 e o Porto de São Francisco do Sul, totalizando 36,7 km.
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O Dnit cancelou o edital depois que a licitação virou alvo de um embate judicial envolvendo as concorrentes. Uma das empresas entrou com uma ação questionando critérios de habilitação do consórcio que acabou vencendo a disputa no ano passado.
Como não conseguiu derrubar uma liminar em Florianópolis, o órgão do governo federal decidiu recomeçar um novo processo. Havia uma previsão inicial para que o edital fosse lançado até o fim de fevereiro. Depois, a expectativa era de que ele saísse depois do Carnaval. Porém, até hoje não há um prazo concreto para que isso ocorra.
O superintendente do Dnit em Santa Catarina, Vissilar Pretto, foi procurado para falar sobre o andamento das obras por meio da assessoria de imprensa e por contato telefônico, mas não atendeu ao pedido de “A Notícia”. As empresas Centeco, responsável pelo lote 2.2, e Sulcatarinense, do lote 2.1, não se manifestam sobre o andamento dos trabalhos.
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