Um dia depois de encaminhar à Assembleia Legislativa o projeto que cria o novo plano de carreira do magistério, o secretário Eduardo Deschamps (PSD), da Educação, concedeu entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira para defender a aprovação da proposta que sofre restrições do sindicato da categoria.

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— É uma carreira totalmente nova. Não dá para comparar com a carreira anterior. Não é uma proposta de aumento salarial, é uma proposta de reestruturação da forma como a gente vai incentivar os professores com mais experiência e titulação a se sentirem valorizados — afirma Deschamps, ao iniciar a apresentação dos detalhes da proposta.

Novo plano de carreira chega sem acordo entre governo e sindicato

O principal ponto da proposta é a incorporação da gratificação de 25% a título de regência de classe aos salários dos profissionais. Com isso, salário base praticado em Santa Catarina ficaria superior ao piso nacional, o que garantiria margem ao governo estadual para aplicar reajustes diferenciados aos docentes de maior titulação e experiência.

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— Após a lei do piso, todos os Estados reorganizaram a carreira. Santa Catarina ainda não. Ao não fazer a adequação da carreira, nós estamos colocando muito dinheiro no lugar errado. A folha cresceu de R$ 1,8 bilhão para R$ 3,6 bilhões. Praticamente dobra. Com a estrutura da carreira que temos hoje, esse dinheiro todo está indo para professores de nível médio, de início de carreira e inativos. Estamos colocando muito dinheiro novo, mas ele não está chegando no professor que está em sala de aula e tem titulação, experiência e que faz a diferença — afirmou.

Sinte/SC diz que governo deu calote e rejeita novo plano de carreira

Além da incorporação da regência — principal ponto combatido pelo Sinte/SC —, o novo plano também reduz de 12 para seis os níveis da carreira. Deschamps ressalta que a elevação do piso catarinense gerada pela incorporação da regência não é considerada aumento salarial pelo governo.

— Ao fazer a incorporação dos penduricalhos a gente não considera nenhum tipo de ganho, porque não há nem perda, nem ganho salarial, é zero a zero. Mas a gente começa a trabalhar com uma nova realidade salarial que permite aumentos reais até 2018.

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A proposta prevê investimento de R$ 1 bilhão na carreira dos professores até o fim do governo Raimundo Colombo (PSD), em 2018. A promessa é que até esse prazo, professores com graduação tenham como vencimento base um valor 50% maior do que o piso nacional — valor que recebem hoje.

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