Com capacidade para acolher 50 pessoas necessitadas, Criciúma, no Sul do Estado, recebe hoje aproximadamente mais de 600 imigrantes africanos, número que aumenta a cada dia. Na quarta-feira, o prefeito Márcio Búrigo e a secretária de Assistência Social, Solange Barp, estiveram em Brasília para pedir auxílio ao Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Nesta sexta-feira, a coordenadora do serviço de acolhimento da proteção especial do MDS e duas coordenadoras de Proteção Social da Secretaria de Estado da Assistência Social visitaram a cidade para conhecer de perto a situação precária que os imigrantes, em sua maioria ganeses, enfrentam.

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O objetivo, segundo a coordenadora do MDS, Niusarete Lima, é financiar a ampliação da capacidade do município para receber pessoas necessitadas. A capacidade de cada município é limitada pelo Termo de Aceite, estabelecido junto aos governos Federal e Estadual.

– Nós vamos fazer um estudo pra possibilitar que o município tenha um aceite maior e possibilitar uma contrapartida do Estado. Nesse primeiro momento faremos um repasse de seis parcelas para reorganizar o serviço e então o valor será repassado mensalmente, passa a ser um serviço de ação continuada. Não é algo que você passa agora e depois acaba, essa é a importância do serviço – explica.

A estimativa é de que, em um primeiro momento, a capacidade de acolhimento de Criciúma seja ampliada para cerca de 300 vagas. O propósito é dar condições para que os imigrantes dêem os primeiros passos e então possam, posteriormente,caminhar com suas próprias pernas.

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– A partir do momento em que eles entram no país e são legalizados, eles passam a usufruir dos benefícios dos brasileiros. É uma questão humanitária. Temos que oferecer oportunidade para que as pessoas possam se auto-sustentar, mas não tem como o Governo ficar eternamente bancando a pessoa. Temos que nos preocupar com os brasileiros também – acredita Niusarete.

O município deve receber recursos, encaminhados por meio do Fundo Nacional, até a segunda quinzena de setembro. A coordenadora salienta que a questão do auxílio aos imigrantes, que estão também em outras regiões do país, como Acre, Amazonas e São Paulo, não concerne apenas ao Desenvolvimento Social. Trata-se de uma ação conjunta dos ministérios do Trabalho, da Saúde e da Educação na busca do bem-estar dos novos cidadãos.

Aplicação dos recursos

Satisfeita com a visita, a secretária de assistência social de Criciúma, Solange Barp, relata que a verba será utilizada para alugar casas e equipá-las com os itens necessários para tirar as pessoas da situação de risco em que se encontram.

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Em junho, a Defesa Civil foi acionada pela população para socorrer 65 pessoas, que viviam em condições sub-humanas em uma casa de 70 metros quadrados. Apenas 15 foram encaminhados para a Casa de Passagem São José. Existem mais casas em condições similares, das quais três foram visitadas nesta sexta-feira, além da Casa de Passagem, pelo grupo formado por membros da Prefeitura, do Estado e do Governo Federal.

-A necessidade maior que se tem é do momento em que eles começam a trabalhar até o recebimento do primeiro salário. Estamos praticamente com quase todos trabalhando. Tenho certeza que, com a procura que as empresas estão tendo, logo conseguiremos encaminhá-los – aponta Solange.

Outra dificuldade apontada por Solange é a comunicação. Como os imigrantes não falam português, em geral se comunicam em inglês, e nenhum assistente social fala a língua, conversar com eles é bastante complicado.

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– Precisaríamos de técnicos da área com fluência na língua, para que eles percebam que nós queremos ajudá-los – diz.

Até então, os imigrantes precisam de ajuda para sanar necessidades básicas, como a própria alimentação. Doações, principalmente de alimentos, podem ser feitas na Casa de Passagem São José:

Rua Giácomo Sônego Neto

ao lado da garagem da empresa Expresso Coletivo Forquilhinha

Bairro Pinheirinho

Criciúma – SC

Telefone: (48) 3437-0572