Francis Giorgio Fachini
Diretor comercial da Fakini Malhas

Exportar é muito mais do que um termo que está nas conversas de executivos de indústrias de todo tipo. Com o dólar em alta, vender para o exterior se mostra uma oportunidade ímpar para melhorar os resultados num ano em que os noticiários não deixam ninguém dormir tranquilo: nem o cidadão, que teme pelo seu emprego, nem o empresário, que sabe que precisa honrar seus compromissos mesmo com o consumo em baixa.
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Mas a exportação não é apenas uma chance de sucesso. É também um risco que precisa ser muito bem calculado. E aqui na Fakini aprendemos isso a duras penas.
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Em 2002, vivíamos um cenário parecido. As propostas para negócios no exterior começaram a chegar e fomos nos envolvendo com essas operações. Os resultados positivos nos levavam a apostar cada vez mais nas vendas para o exterior e, envolvidos pelo recebimento numa moeda estrangeira muito mais valorizada que o real, fomos deixando o mercado nacional no segundo plano.
Tudo era comemoração, até que, em agosto de 2004, o dólar começou a se desvalorizar. Dia a dia, a exportação se mostrava cada vez mais inviável. Aprendemos a lição de uma forma bastante difícil. Decidimos levantar a cabeça e honrar a nossa história, que começou em 1994.
Aos dez anos, começamos de novo. Fomos a campo pesquisar o mercado nacional, restabelecer a credibilidade com os lojistas e recomeçar as vendas na moeda do país onde estamos.
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Aos poucos, respondendo às expectativas de entrega pontual, qualidade e design de produto e facilidade no relacionamento, nos restabelecemos e dois anos depois já estávamos crescendo novamente. As exportações só foram retomadas novamente em 2008 e, sete anos depois, em 2015, devem ganhar um novo fôlego.
Não acredito que as oportunidades devam se perder. Mas, sim, que as indústrias precisam investir no planejamento para que o resultado seja positivo a curto, médio e longo prazos.
* * *
Ericsson Luef
Presidente da Hemmer Alimentos

Internacionalizar a marca sempre foi um sonho para a Hemmer. Talvez porque trabalhamos com itens do mundo por meio da importação de matérias-primas de mais de três dezenas de países para criar os nossos produtos. Ou ainda porque entendemos que quando se fala de gastronomia, expandir os limites geográficos significa levar um pouco da nossa história e do nosso sabor para o mundo.
Na sua trajetória de 100 anos, a Hemmer já exportou. Nossos produtos há 15 anos estavam, por exemplo, no Japão. Respondíamos às demandas do mercado externo sempre que elas chegavam até nós, sem observar e planejar um cenário macro, em que pudéssemos vislumbrar, de fato, uma internacionalização.
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Mas em 2015 é diferente. Nosso centenário serviu de estopim para que organizássemos algumas demandas e sonhos antigos. E a exportação estava entre eles. Aliada ao cenário econômico no Brasil e às quedas nos volumes de compra do consumidor nacional, essa estratégia acabou se tornando prioritária.
Dessa vez, tomamos as decisões e fizemos as opções de uma maneira mais planejada. Os setores comercial e de desenvolvimento de produto trabalharam em conjunto para as análises e estudos de cada produto e de onde há potencial para que ele seja vendido. Também buscamos orientações de programas nacionais de incentivo à exportação, que nos auxiliam na descoberta de novos mercados.
Não acredito que exista uma época exata para que as empresas comecem a exportar. O tempo, nesse caso, não se mede em anos, mas em oportunidades de aproveitar da melhor maneira possível a chance de expandir mercados, mas sempre com muito cuidado e planejamento.
Aqui na Hemmer temos convicção de que o mercado nacional ainda é cheio de oportunidades e que temos muito a conquistar. Mas, acima de qualquer coisa, acreditamos que o nosso sabor precisa estar onde o consumidor quer provar.
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