Chega a 22 o número de pontos em que a passagem de caminhões está interrompida nas rodovias federais catarinenses na noite desta terça-feira, em função de manifestações de caminhoneiros e agricultores. E entre as rodovias está a mais importante de Santa Catarina: na manhã desta terça-feira o protesto chegou na BR-101. O ponto fechado ficava na altura do km 437 em Sombrio, no Sul do Estado, mas o trecho foi liberado por volta das 14h30 por meio de negociações com os manifestantes. Ao todo, formaram-se 7km de filas para cada lado. Às 15h30, de acordo com a PRF, já não havia mais congestionamento no local.

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Na maioria dos trechos, manifestantes permitem apenas a passagem de carros de passeio, ônibus, cargas perecíveis e veículos oficiais. A falta de matéria-prima, impossibilidade de obter ração para animais, postos sem combustível desde o fim de semana e dificuldades para escoar produtos para as demais regiões preocupam empresas e produtores agropecuários de Santa Catarina.

O último ponto fechado até agora foi em Araquari, no km 35,2 da BR-280. O fechamento começou por volta de 18h20min e é parcial, apenas no sentido Oeste. São liberados veículos de passeio, ônibus e produtos perecíveis.

Protesto afeta transporte de carne e leite

De acordo com a Federação da Agricultura do Estado (Faesc), pelo menos cinco frigoríficos devem paralisar atividades nesta terça-feira por conta da situação. O presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo, afirma que os motoristas estão impedindo a circulação de caminhões com insumos para a agroindústria.

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A entidade estima que os bloqueios em rodovias na região afetem o transporte diário de 3 milhões de frangos, 6 milhões de litros de leite e de 20 mil suínos, prejudicando a economia local. A Faesc alerta que há um grande risco de que a falta de ração no campo comprometa as condições sanitárias de Santa Catarina – único Estado do País declarado área livre de febre aftosa sem vacinação.

Veja todos os pontos de bloqueio em BRs que seguem até às 17h15min desta terça-feira, segundo a PRF:

1 – São Miguel do Oeste (trevo) – km 645 da BR-282

2 – Guaraciaba Km 87 da BR-163 (trevo de Anchieta)

3 – São José do Cedro – km 101 da BR-163

4 – Maravilha – (trevo) km 605 da BR-282

5 – Nova Erechim – Posto Maxsull – km 571 da BR-282

6 – Cunha Porã — km 109 da BR-158

7 – Irani – km 64 da BR-153

8 – Palmitos – km 139 da BR-158

9 – Campos Novos – km 317 da BR-282

10 – Pouso Redondo – km 174 da BR-470

11 – Campos Novos – km 339 da BR-470

12 – Concórdia – km 97 da BR-153

13 – Papanduva – km 54 da BR-116

14 – Guaraciaba – km 83 da BR-163

15 – São José do Cedro – km 105 da BR-163

16 – Trevão Irani – Km 433 da BR-282

17 – Lages – Km 244 BR-116

18 – Guarujá do Sul – Km 111 da BR-163

19 – Rio Negrinho – Km 123 da BR-280

20 – Dionísio Cerqueira – Km 123 da BR-163

21 – Mafra – Km 7 da BR-116

22 – Araquari – Km 57 da BR-101

Confira mapa atualizado pela PRF dos pontos interrompidos:

Rodovias estaduais

Segundo informações da Polícia Militar Rodoviária de Santa Catarina (PMRv), os protestos estão espalhados por diversos trechos de rodovias estaduais, a maioria no Oeste, entre eles:

– Tangará – km 139 da SC-135

– Videira – km 119 da SC-135

– Quilombo – km 54 da SC-157

– Iporã do Oeste – km 0 SC-386

– Abelardo Luz – km 16 da SC-155

– São Domingos – km 50 da SC-480

– Xanxerê – km 90 e km 95 da SC-480

– São Miguel do Oeste – km 58 da SC-163

– Campo Erê – km 2 da SC-160

– São Lourenço do Oeste – km 4 da SC-157

Na madrugada desta terça-feira, o movimento chegou ao Litoral de SC. Segundo a PMRv, manifestantes estão no km 25 da SC 415, em Itapoá, no Norte de SC.

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Protesto na SC-415, no Litoral Norte de SC, na manhã desta terça-feira Foto: André d’Ávila / Arquivo Pessoal

A paralisação

A paralisação dos caminhoneiros começou na quarta ganhou força na sexta-feira. Motoristas protestam contra o aumento dos combustíveis e más condições das estradas, entre vários outros itens.

O movimento é independente, liderado por caminhoneiros autônomos da região. Vilmar Bonora, um dos organizadores do protesto, afirma que eles estão dispostos a ficar até 30 dias parados, se for necessário.

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* Com informações da redação e da Agência Estado