Nem a chuva que caiu na tarde desta quinta-feira arrefeceu o protesto dos caminhoneiros que estão próximos ao trevo de São Miguel do Oeste, no entroncamento da BR-282 e SC 163. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), os veículos estão estacionados nas faixas da direta das rodovias e passaram a madrugada no local. O protesto é contra o aumento dos combustíveis e por melhores condições nas estradas.
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Foto: Ederson Abi/Portal Peperi / Divulgação
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De acordo com a Polícia Rodoviária Federal há uma fila de cerca de 2,5 quilômetros na avenida Willy Barth, que liga a BR 282 e a SC 163 com a BR 163.
Por enquanto, está liberado o trânsito de veículos leves, de emergência, ônibus e com cargas vivas. Caminhoneiros que passam pelo local estão sendo convidados a participar da paralisação. Segundo Junior Bonora, caminhoneiro autônomo e um dos organizadores do protesto, já são mais de 200 caminhões no local.
Bonora é de São Miguel do Oeste e afirma que a ideia da manifestação surgiu entre colegas. Por volta das 13h desta quarta-feira, eles estacionaram quatro caminhões no trevo e começaram a chamar caminhoneiros simpatizantes da causa. Bonora diz que só irão embora quando o governo atender às exigências. Há manifestações ocorrendo também em outros estados com bloqueios de rodovias.
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Foto: Ederson Abi/Portal Peperi / Divulgação
Vilmar Bonora, que é primo de Junior Bonora e também viaja o Brasil transportando cargas, disse que o movimento está aumentando e já deve chegar a 300 caminhões.
O movimento conseguiu com a prefeitura de São Miguel do Oeste a liberação do Parque de Exposições Rineu Gransoto, ao lado da SC 163.
-Muitos caminhões estão indo para lá pois há estacionamento, banheiro e chuveiros- disse Vilmar Bonora.
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Ele afirmou que o movimento não tem previsão de terminar. Houve contato com deputados catarinenses para que levem o pleito dos motoristas até o governo federal.
Bonora disse que o preço do frete já estava defasado, as rodovias estão péssimas e o aumento do combustível inviabiliza tanto os transportadores, como os funcionários e autônomos.
-O transporte faliu, está todo mundo no vermelho- afirmou Vilmar Bonora. Ele explicou que o preço do diesel, que custava R$ 2,30 por litro em São Miguel do Oeste, passou para R$ 2,54, num aumento de 10%.
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Isso representa um acréscimo de R$ 240 para encher o tanque de uma carreta. Ele afirmou que a remuneração está em R$ 2 por quilômetro rodado e uma carreta faz apenas dois quilômetros por litro.
-Sobra menos de um real por quilômetro- disse.
Isso sem contar os custos de manutenção, com pneus e oficina, que também tem aumentado em virtude dos buracos nas rodovias.