Falta de matéria-prima, impossibilidade de obter ração para animais, postos sem combustível desde o fim de semana, dificuldades para escoar produtos para as demais regiões. Com os efeitos dos bloqueios sendo sentidos com cada vez mais intensidade no Oeste, entidades que reúnem empresas e produtores agropecuários manifestam preocupação com os rumos dos protestos.

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A Aurora, maior cooperativa de alimentos do país, afirmou nesta segunda que deve interromper totalmente a produção até o fim da tarde desta terça, caso a situação permaneça inalterada nas rodovias do Estado. Ao menos 8 mil funcionários da Aurora devem interromper o serviço já pela manhã e o restante deve cruzar os braços até o fim do dia.

Presidente da Aurora, Mário Lanznaster afirma que os primeiros quatro pontos da empresa a sofrerem interrupção na produção serão Abelardo Luz, Xaxim, São Miguel e Joaçaba.

– Muita coisa depende do transporte viário, do escoamento da produção à limpeza dos uniformes. A ração dura até terça-feira, depois não tem mais onde buscar. Não há onde armazenar carne, não há como transportar o leite – lamenta Lanznaster.

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O Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados (Sindileite-SC) informou no fim da tarde de segunda que toda a coleta de leite no campo foi interrompida devido à dificuldade de transportar o produto. Santa Catarina é o quinto maior produtor do país, sendo que a região Oeste representa até 74% do total.

Pecuaristas também lamentam a dificuldade em obter alimento para os animais, redobrando os prejuízos – além de perder a venda e aumentar os custos com transporte e armazenamento, muitos animais podem ser abatidos para evitar outros problemas. Nenhuma das entidades sindicais possui cálculos precisos do rombo financeiro até o momento.

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