A campanha tem início oficialmente a partir de julho, mas a eleição para o governo do Estado em Santa Catarina começou e a decisão do PMDB sobre continuar na aliança com Raimundo Colombo (PSD) ou lançar candidato próprio, que será tomada neste sábado em pré-convenção do partido, move as peças do xadrez partidário em Santa Catarina.

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“Se não existir candidatura do PMDB em 2014, não existirá em 2018”, diz Mauro Mariani

A manutenção do apoio ao atual governo tem como principal defensor o senador Luiz Henrique da Silveira. Ele entende que, como o PMDB faz parte da atual administração com o vice Eduardo Pinho Moreira, secretários e outras indicações na máquina, o caminho é seguir com Colombo e preparar uma liderança do partido para ser cabeça de chapa em 2018. Disputando com o senador está a ala liderada pelo deputado federal Mauro Mariani, que reagiu às declarações dadas por LHS.

– Se não existir candidatura do PMDB em 2014, não existirá em 2018. Ponto – afirmou Mariani, rebatendo o argumento de que o apoio a Colombo agora seria retribuído pelo PSD na próxima eleição.

::: Os caminhos da eleição a partir da pré-convenção do PMDB

Mas para além do futuro do próprio PMDB, a decisão a ser tomada na pré-convenção mexe também com a posição dos outros partidos no cenário eleitoral de 2014. PSD e PP – rival histórico dos peemedebistas em Santa Catarina – vêm se aproximando desde 2011 e dão demonstrações de que querem estar juntos em outubro.

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Luiz Henrique defende a permanência do partido na aliança, mas ressalta a resistência da base em estar no mesmo palanque do PP. A fala do senador rejeitando uma coligação com os pepistas também ganhou repercussão:

– O candidato a governador é do PSD, que não tem nenhum problema de relação com o Partido Progressista. Nós temos que compreender essas dificuldades e ajudar a minimizá-las – disse o presidente do PSD-SC, Gelson Merisio.

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O presidente licenciado do PP, Joares Ponticelli, que vem fazendo gestos ao PMDB numa tentativa de aproximação – entre eles a própria negociação que envolveu a divisão de mandato da presidência da Assembleia entre PP e PMDB -, evita aumentar o atrito. Ponticelli é o nome do PP para candidatura ao Senado, caso a chapa PMDB-PSD-PP se confirme:

– Temos que fazer um projeto colocando na frente os interesses de Santa Catarina.

Outra peça no xadrez político catarinense que pode ser movimentada a partir da decisão do PMDB é o PT. Se a tese da coligação com o PSD for vitoriosa, LHS ainda deve tentar uma aproximação com a sigla – embora petistas e pessedistas catarinenses refutem a ideia. Por outro lado, vencendo a candidatura própria, uma aliança possível seria PMDB na cabeça de chapa, apoiada pelo PT.