Os 16 policiais civis que atuaram no resgate do menino de nove anos sequestrado em Ilhota no começo de junho receberam um elogio no Diário Oficial do Estado (DOE) nesta quarta-feira. A portaria é assinada pelo delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Aldo Pinheiro D’Ávila. Diz o texto:

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– O delegado-geral da Polícia Civil resolve elogiar os policiais civis pelo excelente resultado no desfecho do sequestro do menino Ângelo Antônio de Oliveira, da cidade de Ilhota, ocorrido no município de Penha, pela dedicação e esforços empenhados.

O garoto foi levado pelos sequestradores e ficou em cárcere por cinco dias. Os policiais estouraram o cativeiro na manhã do dia 3 de junho, em Penha. No confronto, dois suspeitos, uma jovem e um rapaz, morreram. Outro casal foi detido fora do cativeiro.

Receberam o elogio pela atuação os delegados Anselmo Cruz, Egídio Ferrari e Paulo Koerich, os agentes Christian Cardoso, Daniel dos Santos, Eduardo Schramm, Fabrício Strobel, Fernando Barosa, Jean Brasil da Rosa, Juliano Hoenicke, Manoel de Lima Quadros, Márcio Thomé, Rafael Gaulke, Rodrigo Duarte Souza e Sérgio Steinhorst Filho e a escrivã Cinara Ventura.

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O caso

Angelo Antonio, filho do empresário Jean Carlos de Oliveira de Ilhota, brincava com um patinete motorizado a 250 metros de casa, em Ilhota, quando foi visto pela última vez. Ele foi mantido em cativeiro por cinco dias.

O desfecho ocorreu em Penha, no Litoral Centro-Norte. Segundo o delegado responsável Deic, Akira Sato, dois bandidos morreram no confronto com a polícia e um terceiro foi preso. O sequestro ocorreu na noite de quinta-feira, quando um comerciante teria visto o menino sendo levado à força por um casal que estava em Ford Ka vermelho. Na mesma noite a família recebeu a primeira ligação de sequestradores que pediam um resgate de R$ 500 mil em dinheiro.

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A família acionou a polícia local que chamou reforço de da Divisão Antissequestro da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), de Florianópolis, pelo menos dois delegados se deslocaram até Ilhota para ajudar nas investigações. Este foi o primeiro caso de sequestro desde a morte do delegado aposentado Renato José Hendges, conhecido como Renatão, da Divisão Antissequestro da Deic, no dia 16 de abril.

Ele era conhecido pela trajetória e casos bem-sucedidos de sequestros em Santa Catarina. Inicialmente a polícia partiu do princípio de que se tratavam de sequestradores com pouca experiência, com base no valor pedido, considerado baixo.

Esta hipótese preocupou ainda mais o delegado-geral Aldo Pinheiro D’Ávila, pois o fato de serem bandidos amadores trazia maior risco à vida do menino. Com o passar do tempo, porém, a demora em se dar fim ao caso e manter o menino em cativeiro, fez com que a polícia mudasse o foco e acreditasse tratar-se se criminosos experientes.

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Confira a linha do tempo do sequestro:

Menino é a alegria dos pais

O garoto levado por sequestradores tem perfil no Facebook. As fotos que publica não deixam dúvida: é a alegria da família. O sentimento fica evidente em postagens de cenas ao lado dos pais em casa, na praia, no restaurante e também na piscina de um edifício em Balneário Camboriú.

Nascido em Blumenau, ele também publicou foto com modelos famosas, entre elas a panicat Carol Dias – ela já desfilou com peças da grife de biquínis de propriedade dos pais do menino e que costuma promover desfiles com as integrantes do programa humorístico de rede nacional.

A família é tradicional, bastante conhecida e mora no Centro de Ilhota, atrás da loja. Jean também tem envolvimento com a política. O avô do menino, empresário Érico de Oliveira, o Dida, proprietário de outra empresa, foi vice-prefeito entre 2001 e 2004 e duas vezes candidato a prefeito. Ambos participam ativamente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) local.

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* O Grupo RBS acompanhou o sequestro, mas não divulgou a ocorrência antes do desfecho para não prejudicar a negociação com os sequestradores e preservar a vítima.