A Polícia Civil, por meio da Divisão de Investigação Criminal (DIC), prendeu na manhã desta segunda-feira o suspeito de entrar em uma casa, roubar objetos e agredir Maria Schlickmann Brüning, 87 anos, no bairro Iririú, em Joinville. O crime ocorreu em 19 de abril, dois dias antes da idosa morrer por causa de uma embolia arterial provocada pelas agressões sofridas durante o assalto. Moacir Vanderlei Ramos, 33 anos, foi encontrado e preso em Guaramirim.

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Segundo o delegado Rodrigo Aquino Gomes, responsável pela investigação, a polícia identificou e encontrou o suspeito a partir da análise de imagens das proximidades da casa, depoimentos de testemunhas e a descrição do criminoso feita por Maria ao filho antes de ser internada.

Idosa de 87 anos é vítima de latrocínio em Joinville

Os agentes cumpriram o mandado de prisão e também o de busca e apreensão para tentar recuperar os pertences roubados da idosa. No entanto, o aparelho celular, um relógio e R$ 650 em espécie não foram encontrados. De acordo com o delegado, Moacir admitiu ter vendido os bens para comprar drogas.

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Grupo protesta após morte de idosa em Joinville

Em interrogatório, o homem confessou que entrou na casa e estava no local do crime. Ele imaginou que a casa estava vazia e se surpreendeu com a presença da vítima na residência. Segundo o delegado, o suspeito negou que tenha cometido outras agressões contra a idosa.

— Ele disse apenas que empurrou a porta e ela caiu, mas nós sabemos que através do laudo cadavérico essa versão dele não se confirma — conta.

Moacir está preso preventivamente e vai responder por latrocínio (roubo seguido de morte). O homem tem passagem pela polícia por diversos furtos cometidos em várias cidades da região. De acordo com o delegado, o suspeito admitiu que já chegou a cometer 17 furtos em uma mesma noite. O depoimento foi gravado e poderá ser usado contra ele.

Comunidade se reuniu em frente à casa da idosa para pedir Justiça
Comunidade se reuniu em frente à casa da idosa para pedir Justiça (Foto: Hassan Farias / Agência RBS)

Filho pede que Justiça mantenha homem preso

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Moacir Vanderlei Ramos está preso na Central de Polícia e aguarda uma vaga no sistema prisional, já que o Presídio Regional de Joinville foi interditado nesta segunda-feira. Com a decisão do juiz João Marcos Buch, titular da 3ª Vara Criminal, a unidade está impedida de receber novos detentos até que o Estado atenda os pedidos de melhorias. O filho de Maria, Vicente Brüning, pede que a Justiça mantenha o homem preso.

— Eu sinto que a Justiça começou a ser feita, mas ainda cabe ao Poder Judiciário mantê-lo na cadeia para que ele não faça outras pessoas sentirem a dor da perda de uma pessoa. Minha mãe já foi, mas outros poderão ser mortos ou talvez espancados pelo mesmo indivíduo se ele for solto.

O anúncio da prisão de Moacir foi feito pela polícia em frente da casa de Maria, onde a comunidade estava reunida na tarde desta segunda-feira para pedir Justiça. Foi a segunda vez em que os moradores da região se uniram para protestar. Segundo Vicente, a polícia atendeu os pedidos da comunidade e agora falta apenas o Judiciário fazer a sua parte.

— Você pode ver a prova disso com a prisão desse bandido que fez isso com minha mãe, uma pessoa de 87 anos que não tinha nada para prejudicar ninguém — relatou.

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O delegado Rodrigo Aquino Gomes afirmou que a interdição do presídio preocupa muito porque dificulta o trabalho da polícia. Segundo a Polícia Civil, na tarde de segunda-feira havia três pessoas detidas na Central de Polícia, que atualmente conta com três celas: duas com capacidade para duas pessoas cada uma e outra onde cabem entre quatro e seis detentos. Eles aguardam na unidade até ser encontrado um local onde possam ser presos.

Vicente Brüning mostra foto da mãe após a morte da idosa
Vicente Brüning mostra foto da mãe após a morte da idosa (Foto: Salmo Duarte / Agencia RBS)

Relembre o caso

O roubo de um celular, um relógio e R$ 650 na casa de Maria ocorreu por volta das 4 horas. Um homem invadiu a moradia da vítima após arrancar o vidro de uma das janelas com uma faca. Ao entrar na residência, comeu bolachas que a idosa havia feito e palmito que ela mantinha em um vidro guardado.

Segundo o filho, Vicente Brüning, a idosa dormia quando o homem entrou na casa. Ela acordou com o barulho, mas como não sabia o que acontecia na cozinha, resolveu ir ao banheiro do quarto em que estava. Ao retornar, estranhou que a porta estivesse aberta, já que ela sempre a mantinha trancada.

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Depois de derrubar Maria, o homem desferiu chutes contra a vítima e tentou enforcá-la enquanto ainda estava caída. De acordo com Vicente, a mãe lembrava-se de todos os detalhes da ação e os relatou ao filho. O suspeito vestia uma espécie de capuz que improvisou com a capa do galão de água que ficava na cozinha. Ele perguntava sobre dinheiro e ameaçava matá-la.

A idosa perdeu os sentidos após o assaltante tentar estrangulá-la. Assim que ela recuperou a consciência, o suspeito revirava o guarda-roupa.Ela conseguiu se arrastar até o outro banheiro da casa e trancou-se. Quando não ouviu mais nenhuma movimentação, saiu do banheiro e foi até o telefone fixo ligar para o filho. Ele decidiu ir até o local porque sentiu que algo estava errado. Ao chegar à residência, encontrou a mãe bastante machucada e trancada no banheiro.

Ainda na quarta-feira, por volta das 9 horas, a senhora começou a sentir fortes dores na cabeça. A visão estava embaçada e ela desmaiou. Vicente imediatamente chamou o Samu e a mãe foi encaminhada ao hospital. Depois de dois dias internada, Maria faleceu em decorrência da violência sofrida na noite do assalto.