Com cerca de 60 policiais da cavalaria, Bope, Tropa de Choque e guarnições do 22º Batalhão, a Polícia Militar ocupou nesta segunda-feira o Bairro Monte Cristo, na região Continental de Florianópolis. Foi a resposta da Segurança Pública ao período de medo gerado na comunidade local após uma briga por território entre dois grupos de traficantes.
Continua depois da publicidade
Leia Também:
::: Moradores do bairro Monte Cristo continuam sob toque de recolher
Continua depois da publicidade
::: Vingança por mortes gera série de crimes no Continente
::: Morre mais um jovem em confronto entre traficantes do Monte Cristo
Há duas semanas, começou um toque de recolher nas comunidades de Chico Mendes e Novo Horizonte. Nesta segunda-feira, alguns pontos comerciais, uma escola e duas creches reabriram após pelo menos quatro dias fechados por causa do medo da população.
– Vamos permanecer 24 horas até o restabelecimento da ordem – garantiu o subcomandante Geral da PM, Paulo Henrique Hemm.
No confronto entre os criminosos, duas pessoas morreram e, no domingo, outras duas foram baleadas _ um dos feridos, atingido no braço, era morador do conjunto habitacional Panorama.
Continua depois da publicidade
De acordo com a PM, um jovem de 17 anos foi apreendido no domingo pela tarde. Ele seria integrante do grupo da família Bombril, que controla bocas de crack na região de Novo Horizonte e está em guerra com a turma do Ataíde, traficantes da Chico Mendes. Há duas semanas, um adolescente morreu, acirrando a briga entre os dois lados.
Aulas retomada
Com a presença da polícia, as aulas foram retomadas nesta segunda-feira na escola América Dutra Machado e nas creches Chico Mendes e Mateus de Barros, todas localizadas no Monte Cristo. Alguns estabelecimentos comerciais permaneceram abertos após as 17h, o que parecia impossível até sexta-feira passada.
Moradores ainda apreensivos
Enquanto o movimento na Servidão Jasim vai se intensificando com o cair da tarde, mais e mais policiais vão chegando na esquina com a Servidão dos Lírios, em frente ao colégio América Dutra Machado. O coração da comunidade Chico Mendes, no bairro Monte Cristo, fica mais tenso a cada passagem do helicóptero Águia da PM. Moradores passam de cabeça baixa, sob olhares de policiais fortemente armados. Um major comenta com seu subordinado:
Continua depois da publicidade
– Aquele garoto passou duas vezes de bicicleta, contornando a quadra. Está levando informações – sugeriu.
Os grupos de moradores que se formam nos portões das casas ou nas calçadas conversam em voz baixa, atentos a qualquer ação. A rua parece um desfile de policiais, ora em viaturas, ora em filas de cavalos. A presença policial era um pedido da comunidade, com medo das brigas entre os traficantes locais.
Situação crítica
– Duvido que eles ficarão de madrugada. É preciso interferir logo. A situação está crítica aqui – disse um morador, que não quis ser identificado na matéria.
Continua depois da publicidade
De acordo com o subcomandante da PM, Paulo Henrique Hemm, a intervenção estava programada para a quinta-feira, mas foi adiantada devido aos acontecimentos do final de semana.
– Fizemos algumas prisões, estamos trabalhando na inteligência, monitorando áreas para poder dar mais segurança para a população – disse.

Visita vira vítima
A disputa pelo tráfico de drogas entre as comunidade Chico Mendes e Novo Horizonte fez mais uma vítima na região do Monte Cristo, em Florianópolis. De acordo com um morador local, um jovem do Morro da Caixa estaria no bairro observando a movimentação quando foi alvejado no fim da tarde de domingo próximo a escola América Dutra Machado.
Continua depois da publicidade
Os próprios bandidos teriam recolhido o corpo. A Polícia Civil não confirma a informação. Segundo a PM, as duas ocorrências com disparo de arma de fogo não terminaram em morte, mas em feridos.
O domingo foi de bastante tensão no local, com a apreensão de um adolescente de 17 anos. O morador ouvido pela reportagem agora teme que com a morte do jovem de outro local o conflito se estenda para outras regiões.
Medo de denunciar
Outro morador relata que um residente do conjunto habitacional Panorama teve o carro alvejado quando chegava em casa, e foi atingido de raspão no braço:
Continua depois da publicidade
– Está todo mundo com medo até de denunciar. A PM vem aqui só depois que alguém morre e daqui a pouco vão começar a matar inocentes – disse.
Escolas reabriram, mas adesão foi baixa
Após ficarem três dias com as portas fechadas e atendimento reduzido por medo da violência, as creches Chico Mendes e Mateus de Barros, e a escola estadual América Dutra Machado, na região do Monte Cristo, voltaram a receber alunos nesta segunda-feira, porém com escola policial.
Apesar das portas abertas, o medo permanece nas duas creches, e segundo informações da Secretaria Municipal de Educação, o movimento é fraco, somente metade dos 200 alunos foram para os centros educacionais.
Continua depois da publicidade