A Polícia Federal (PF) gaúcha identificou e impediu um barrabrava que tentava ingressar no Brasil na madrugada desta quinta-feira para assistir à Copa do Mundo. O homem, de 40 anos, foi abordado por volta das 4h em Paso de Los Libres, fronteira com Uruguaiana. Como seu nome está na lista dos 2,1 mil hinchas com histórico de violência impedidos de entrar no país, foi colocado em um ônibus e teve de voltar para a Argentina.

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Além dele, a Polícia Federal brasileira deportou Daniel Ataldo, 45 anos, na segunda-feira, no Aeroporto de Guarulhos (SP). Torcedor do Rosário Central e sindicalista, ele seguia para o Rio de Janeiro quando teve de voltar para casa.

Na noite da última quarta-feira, o chefe da Interpol no Brasil, delegado Luiz Eduardo Navajas, falou a Zero Hora que todos os 2,1 mil barrabravas da lista serão deportados, sem possibilidade de argumentação:

– A ordem é bem clara para todos (barrabravas que vierem ao Brasil): serão deportados ou repatriados. Nós temos o direito de não permitir o ingresso de uma pessoa no país se for inconveniente.

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Veja fotos dos barrabravas argentinos na galeria abaixo:

No Infográfico, confira como se sustentam os barrabravas:

Quem são os barrabravas

Em cinco das últimas sete Copas do Mundo eles arrumaram confusão e espalharam medo. Brigaram entre si, com torcedores de outros países, foram deportados e mataram um homem na África do Sul. Voltaram para casa com máscaras e dedos em riste. Organizados nos moldes da máfia, eles subornam policiais, pressionam dirigentes, vendem drogas nas arquibancadas e imediações dos estádios, administram estacionamentos, repassam ingressos, cobram comissões por passes de jogadores e militam em partidos.

Os barrabravas argentinos, conhecidos mundialmente pelos trapos e cantorias intermináveis nas canchas da América Latina, se especializaram em atos ilícitos e estão entranhados no futebol e na política da Argentina bem além do espetáculo. Em Porto Alegre, eles estarão no dia 25 para o jogo contra a Nigéria no Beira-Rio, o último da primeira fase.

Nas últimas décadas, os barrabravas foram responsáveis por grande parte das agressões em partidas de futebol na Argentina. Desde os anos 1920, conforme a ONG Salvemos al Fútbol (SAF), já causaram mais de 270 mortes.

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