A Polícia Civil afirma ter identificado três autores dos seis homicídios cometidos na noite de segunda-feira e madrugada de terça em Florianópolis, na Vila União e Rio Vermelho, ambas comunidades localizadas norte da Ilha de Santa Catarina. A motivação dos crimes seria a retomada de espaço por uma facção que havia perdido território. Até a noite, não havia informação sobre nenhuma prisão.

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Florianópolis teve duas chacinas em 13 dias do mês de abril — a primeira aconteceu no dia 5 na Costeira — e 75 mortes violentas desde o começo do ano. Os crimes são apontados como guerra entre facções do crime organizado.

Nesta entrevista, o diretor da Polícia Civil na Grande Florianópolis, delegado Verdi Furlanetto, garante que há trabalhos de envergadura sendo executados, mas que o sigilo é necessário para não atrapalhar as investigações:

A polícia já sabe o que motivou essa nova chacina na Capital?

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A disputa entre as facções criminosas por território.

Há alguma suspeita que indique ligação entre a chacina da Vila União com a da Costeira? Por exemplo, a mesma facção ou mando dos mesmos criminosos?

Foi a mesma facção criminosa que havia perdido espaço e agora está retomando de volta.

Se estamos diante de guerra entre facções do crime organizado que atuam em SC, não seria o caso de a Deic participar da força-tarefa montada?

Estamos diante desta notória guerra de facções criminosas. Quanto à Deic, eles estão fazendo seu trabalho em outra frente, que ao final se complementará com a desta diretoria, não podendo neste momento dar mais informações. Temos resultados da investigação da Delegacia de Homicídios: dois autores já foram identificados do duplo homicídio deste final de semana (no Siri, norte da Ilha). Três autores dos seis homicídios desta noite já foram identificados. No que diz respeito a nossa diretoria, os trabalhos vêm sendo executado pela Delegacia de Repressão a Roubos, Delegacia de Combate às Drogas, Central de Investigação do norte da Ilha, Delegacia de Homicídios e DIC de São José e Palhoça. Vale ressaltar que estamos criando a central de investigação do Continente para reforçar a investigação destes delitos mais graves na região continental, a exemplo da Cini (Central de Investigação Norte da Ilha).

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Sabemos que é atribuição da Delegacia Geral determinar a ação da Deic nas investigações em Florianópolis, mas diante da gravidade dos fatos, não caberia fazer o pedido e ter o reforço como mais uma forma de conter os crimes?

O delegado-geral Artur Nitz acompanha de perto todas estas investigações, inclusive a Deic atendendo a determinação do delegado-geral está trabalhando naquilo que lhe compete, nos dá todo suporte necessário e todos os órgãos da Polícia Civil estão trabalhando em conjunto, uns mais visíveis e outros de forma silenciosa. Os trabalhos de envergadura que a Polícia Civil vem executando são desenvolvidos pelas especializadas e não podem ser explicitados para que não atrapalhe as investigações.

Os homicídios não cessaram mesmo diante da operação e força-tarefa em andamento. Com a presença de facções em presídios de SC, não seria o caso de traçar novas estratégias, entre elas a de chamar integrantes do sistema prisional para participarem da mobilização?

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Há uma gestão integrada das inteligências, contudo tal assunto não podemos difundir.

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