Florianópolis amanheceu com a notícia de mais uma chacina durante a noite, desta vez no norte da Ilha de Santa Catarina. Foram ao menos cinco assassinatos em um único fato na Vila União e outro homicídio no Rio Vermelho, na mesma região, totalizando seis mortes no banho de sangue que se transformou a Capital catarinense em 2017. A quantidade de homicídios já passa de 70 em pouco mais de três meses, um recorde negativo histórico que não dá sinais de trégua.

Continua depois da publicidade

As primeiras informações sobre o que aconteceu na Vila União indicam um ataque de uma facção rival a outros criminosos em pontos de drogas. Se houver a confirmação a partir de investigação da Polícia Civil, a cena se repetirá ao que aconteceu na Costeira, na noite de 5 de abril, quando três homens foram mortos no local e outro faleceu depois no hospital. Todos vítimas de tiros.

Nos últimos meses, a Vila União tem sido ocupada por criminosos ligados à facção Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, que teria conseguido aniquilar no local o rival Primeiro Grupo Catarinense (PGC). O que mais impressiona nesta onda de violência em Florianópolis é que a polícia afirma estar em pleno andamento da Operação Contenção, com reforço no policiamento ostensivo em áreas críticas.

A mesma mobilização também inclui buscas para capturar foragidos. O planejamento da Secretaria de Segurança Pública parece não estar surtindo o efeito esperado. No fim de semana também houve outras duas mortes na comunidade do Siri, ainda no norte da Ilha.

Continua depois da publicidade

Ação requer imediata integração com sistema prisional

Policiais experientes ouvidos pela reportagem afirmam que a união de esforços precisa ser imediatamente deflagrada com autoridades do sistema prisional. No caso, é preciso integrar as equipes da Segurança Pública com a da Secretaria da Justiça e Cidadania, o que já aconteceu em uma força-tarefa para cessar os atentados nas ruas, em 2013. Isso porque líderes de facções estão presos e costumam ordenar crimes das cadeias.

— Agora é complicado, é correr atrás do problema. Buscas as informações na Decod (Combate às Drogas), Deic, Homicídios e a PM visando reestruturar a inteligência. Trazer agentes prisionais das principais unidades e ouvir a base para traçar a estratégia — diz um experiente agente ouvido pela reportagem.