Por volta das 9h desta terça-feira, alguns moradores da comunidade Vila União, no bairro Vargem do Bom Jesus, norte da Ilha de Santa Catarina, ainda se reuniam em frente aos portões das casas para contar o que viram e ouviram durante a madrugada. Assustados e em grupo, os vizinhos trocavam informações desencontradas sobre o horário e local do tiroteio que deixou ao menos cinco mortos no bairro. A única afirmação compartilhada, no entanto, era de “medo constante”.
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A mesma apreensão também fez a pequena creche da comunidade fechar as portas nesta manhã. Segundo a direção, as professoras estavam assustadas com as notícias de violência e liberaram os alunos. Uma das profissionais, que seria moradora da comunidade, chegou a passar mal ao saber das mortes.
Já nos pequenos comércios, a sensação de insegurança era a mesma. Os que falavam sobre o tiroteio da madrugada pediam para não serem identificados. O medo, de acordo com os moradores, é de que em uma nova troca de tiros, os mortos sejam “quem não tem nada com isso”.
— Foi feia a coisa. Durou uns 20 minutos e a gente acordou assustado. Lá para baixo [local do tiroteio], só vai quem mora ou conhece alguém — disse um dos moradores.
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Responsável pela segurança da região, o comandante do 21º Batalhão da PM, tenente-coronel Sinval Santos da Silveira Júnior, disse em entrevista à RBS TV que os órgãos de segurança da cidade organizam uma operação para ocupar a região.
— A nossa principal meta é manter a comunidade segura.
Nesta manhã, na Delegacia de Homicídios, no Centro de Florianópolis, os dois adolescentes apreendidos e os dois homens detidos prestavam depoimentos. No Instituto Médico Legal (IML), parentes das vítimas chegavam para fazer o reconhecimento dos corpos.
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Capital registra 75 mortes violentas em 2017
A noite e madrugada violentas na Capital tiveram ainda uma sexta morte confirmada, que também teria relação com a chacina na Vila União. Somadas, em 2017 já são 75 mortes violentas na cidade. Do total, segundos dados da Secretaria de Segurança Pública, foram 66 homicídios, cinco confrontos com a PM que resultaram em mortes, três lesões seguidas de morte e um latrocínio.

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