A Polícia Militar instaurou novo procedimento administrativo para apurar o suposto envolvimento dos policiais Juan Felipe Berti e Jocenir Cavejon na morte de Wesley Lopes, de 25 anos. O jovem desapareceu na madrugada do dia 28 de setembro de 2013, em Araquari. Um ano depois, os restos mortais foram encontrados em uma região de mata fechada no município. Testemunhas disseram em depoimento que teriam visto dois policiais abordarem Wesley e o levarem em uma viatura.
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De acordo com o comandante da 5ª Região da PM, tenente-coronel Benevenuto Chaves Neto, o inquérito policial militar identificou indícios de envolvimento dos PMs com base no rastreamento da viatura. O inquérito foi enviado à corregedoria da PM, que, por sua vez, deve enviar um parecer sobre o caso até segunda-feira.
– O novo procedimento vai ser de cunho demissionário. Se o resultado comprovar o envolvimento (dos policiais), eles podem ser destituídos (da corporação) – disse o comandante.
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Um procedimento administrativo já havia sido instaurado no começo da investigação quando foi constatado o desaparecimento de Wesley. Porém, como na época ainda não havia a confirmação da morte e o procedimento interno não havia encontrado indícios contra os policiais, eles permaneceram trabalhando. Com os novos elementos de investigação e a denúncia do MP, o futuro dos PMs na corporação é incerto.
Desde que o MP apresentou a denúncia, em abril deste ano, os policiais foram afastados do trabalho na rua e permaneceram no serviço administrativo. Os dois prestaram depoimento sobre o caso em audiência de instrução e julgamento que aconteceu na tarde desta quarta-feira, no Fórum de Araquari. Familiares da vítima, o delegado responsável pela investigação e testemunhas também foram ouvidos.
"A Notícia" teve acesso à ação do Ministério Público que denunciou os policiais por abuso de autoridade, homicídio qualificado e ocultação de cadáver. A defesa alega que o crime foi plantado por traficantes da região que não queriam a presença policial no local. Os policias negam envolvimento no crime.
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