A Polícia Civil de Araquari indiciou, por abuso de autoridade, os dois policiais militares suspeitos de envolvimento no desaparecimento de Wesley Lopes, 25 anos. O jovem foi visto pela última vez na madrugada de 28 de setembro do ano passado, quando saiu para ir até uma lanchonete na rua em que morava com os pais no loteamento Santo Antônio, no bairro Itinga.
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O delegado titular da delegacia de Araquari, Rodrigo Aquino Gomes, responsável pelo caso, explica que o indiciamento se baseou no relato de testemunhas.
– Elas disseram que viram ele (Wesley) sendo abordado pelos policiais de forma truculenta e colocado na caixa da viatura. Mas ele não foi levado para nenhuma delegacia – explica Rodrigo.
Na época do desaparecimento, uma testemunha, que preferiu não se identificar, contou à reportagem do “A Notícia” que os policiais perguntavam o nome de Wesley, mas que ele não conseguia responder por causa de uma deficiência de aprendizagem e de dificuldades na fala. Ainda segundo a testemunha, como ele não respondia a pergunta, um dos policiais teria se irritado e dado um tapa no rosto dele.
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Relato de testemunhas
O paradeiro de Wesley ainda é um mistério para a polícia. Uma testemunha afirmou ter visto o jovem em um bar perto da casa em que morava, na companhia de outros quatro rapazes, dois dias após o registro do desaparecimento dele.
O delegado também conta que outras duas testemunhas, localizadas pela equipe da Delegacia de Desaparecidos de Florianópolis, que deu apoio à investigação, afirmaram ter visto Wesley em Camboriú e Balneário Camboriú, no Litoral Norte, mas ele nunca foi encontrado.
Outra hipótese considerada pelo delegado é que Wesley tenha sido liberado pelos policiais em algum lugar distante de onde ele morava e, devido à deficiência de aprendizagem e das dificuldades na fala, ele não tenha conseguido voltar para casa.
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O inquérito já seguiu para o Fórum de Araquari, onde os policiais poderão responder por abuso de autoridade na Justiça.
Corregedoria apontou transgressões
O inquérito policial militar conduzido pela corregedoria do 27ª Batalhão da Polícia Militar em São Francisco do Sul, que apurava desvios de conduta dos policiais, também foi concluído. Segundo o tenente da PM Vitor Hugo da Silva, a investigação da corregedoria apontou que houve transgressões disciplinares por parte dos policiais e indícios de crime.
A auditoria da PM em Florianópolis, para onde o inquérito foi remetido, informou que a promotoria não ofereceu denúncia por não constatar elementos suficientes na investigação. De acordo com o tenente, os policiais, que permanecem trabalhando, já foram punidos pelas transgressões.
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