A Polícia Militar instaurou inquérito ontem para investigar as circunstâncias do desaparecimento de Wesley Lopez, 25 anos. Ele foi abordado pela PM na madrugada de sábado na rua Santo Antônio, onde mora com a família no loteamento de mesmo nome, no bairro Itinga, em Araquari e, desde então, não foi mais visto.
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Duas testemunhas relatam ter visto o jovem ser parado pelos policiais e levado na viatura. Uma delas conta que os policias perguntavam o nome de Wesley, mas que ele não conseguia responder por causa de uma deficiência que tem e de dificuldades na fala.
Ainda segundo a testemunha, como ele não respondia a pergunta, um dos policias teria se irritado e desferido um tapa no rosto dele. A mãe de Wesley, a dona de casa Sueli Lopez, 48 anos, conta que o filho é um rapaz bom e que nunca fez mal a ninguém, mas admite que o jovem foi preso em 2011 por porte de drogas.
– Ele tinha acabado de sair de casa e encontrou uns amigos na esquina, assim que ele chegou a Polícia bateu e encontrou um pouco de droga no mato, como os outros saíram sobrou para ele – disse.
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De acordo com Sueli, ele foi condenado e, após três meses preso, passou a responder ao processo em liberdade prestando serviço voluntário.
Conforme o comandante do 27ª Batalhão da PM em São Francisco do Sul, o tenente-coronel José Carlos Bernardes, que está à frente da investigação, os policiais confirmam que estiveram na rua na madrugada de sábado. Eles teriam ido até o local para checar uma denúncia de tráfico de drogas, mas negam que tenham levado Wesley na viatura.
As duas testemunhas do caso depuseram ontem à Polícia Militar, hoje devem ser ouvidos oficialmente os policiais que fizeram a abordagem. A PM iniciou as buscas por Wesley na noite de terça-feira. Os parentes do rapaz também estão procurando.
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Segundo Sueli, eles estão distribuindo fotos atuais dele pelo comércio, em pontos de ônibus e em postos de combustíveis. Na tarde de sábado, os pais de Wesley registraram boletim de ocorrência por desaparecimento na delegacia de Araquari.
De acordo com o delegado Rodrigo Aquino Gomes, ainda não foi instaurado inquérito para investigar o caso. Ele aguarda o depoimento das testemunhas para ter indícios de crime e assim dar início a investigação.