Uma ossada encontrada no início da noite de quarta-feira, em Araquari, Norte de SC, pode por fim à procura de quase um ano da família Lopes. Há a suspeita de que os restos mortais que estavam em uma região de mata fechada, próximo à Estrada Rio do Morro, possam ser de Wesley Lopes, desaparecido desde setembro do ano passado.

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Os restos mortais estavam sem o crânio e haviam algumas roupas próximas ao local. Um homem que caminhava pela estrada avistou a ossada e avisou a Polícia Civil, que realizou escavações ainda na noite de quarta-feira, mas não encontrou o crânio.

De acordo com o delegado Rodrigo Aquino, neste momento não há como confirmar se o corpo é realmente de Wesley.

– O boletim de ocorrência já foi registrado e amostras já foram coletadas para exame de DNA, que é realizado em Florianópolis -, fala.

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Jair Lopes, pai de Wesley, já foi chamado para realizar coleta de materiais. A confirmação sairá somente após a entrega do laudo. O delegado também disse que mais detalhes não podem ser divulgados.

Em entrevista ao ‘A Notícia’ seis meses após o desparecimento de Wesley, Jair contou que já não tinha mais esperanças de encontrar o filho com vida. Ele e a família decidiram se mudar para tentar amenizar a dor da ausência de Wesley.

– Não tenho mais nenhuma alegria, a gente trabalha porque tem que tocar a vida para frente – disse na época.

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O CASO

Wesley Lopes, de 25 anos, foi visto pela última vez na madrugada de 28 de setembro do ano passado, quando saiu para ir até uma lanchonete na rua em que morava com os pais no loteamento Santo Antônio, no bairro Itinga. Na época, testemunhas alegaram queviram o jovem pela última vez sendo abordado pelos policiais e levado na viatura.

A Polícia Civil de Araquari indiciou, por abuso de autoridade, os dois policiais militares suspeitos de envolvimento no desaparecimento.

O delegado titular da delegacia de Araquari, Rodrigo Aquino Gomes, responsável pelo caso, explicou que o indiciamento se baseou no relato de testemunhas.

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_ Elas disseram que viram ele (Wesley) sendo abordado pelos policiais de forma truculenta e colocado na caixa da viatura. Mas ele não foi levado para nenhuma delegacia _ explica Rodrigo.

Na época do desaparecimento, uma testemunha, que preferiu não se identificar, contou que os policiais perguntavam o nome de Wesley, mas que ele não conseguia responder por causa de uma deficiência de aprendizagem e de dificuldades na fala. Ainda segundo a testemunha, como ele não respondia a pergunta, um dos policiais teria se irritado e dado um tapa no rosto dele.