O protesto dos pescadores artesanais no Centro de Florianópolis contou com o apoio do empresário e modelo catarinense, Paulo Zulu, na tarde desta sexta-feira. Morador da praia da Guarda do Embaú, em Palhoça, e pescador nas horas vagas, ele integrou a comissão de trabalhadores que tratou sobre a proibição das redes anilhadas em audiência com o procurador-geral do Ibama em Santa Catarina, Henrique Albino Teixeira.
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– Vim em apoio a estes trabalhadores que estariam no mar em um dia frio como este se não fosse este absurdo. Eu nunca vi isto aqui. Os pescadores, que dependem da pesca, querem pescar, mas são impedidos por uma briga de Ministérios – disse ao final do encontro com o representante do Ibama.
Zulu comentou ainda o fato da expectativa de cardumes de tainha a partir deste final de semana devido a virada no tempo, com a chegada do “vento sul” desde a madrugada desta sexta-feira.
– As tainhas estão vindo e os pescadores vão ficar no prejuízo, vendo elas passarem. Isto tem que ser resolvido o mais rápido possível – disse.
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O presidente da Federação dos Pescadores de Santa Catarina, Ivo Souza, convocou o grupo de 40 trabalhadores de todo o Estado para continuarem a “pressão” na Superintendência do Ministério da Pesca, encerrando a manifestação na frente da sede do Ibama. Uma comissão ia tentar contato com o juiz federal Marcelo Krás Borges para que seja emitido um mandado de segurança, o que liberaria a pesca artesanal com a rede anilhada temporariamente.
– A decisão dos ministérios vai ser na segunda-feira que vem, mas a gente tem esperança que a Justiça Federal nos dê esta licença para trabalhar. Todo mundo está legalizado só esperando um ok – disse o representante dos pescadores que temem serem multados se pescarem sem o consenso entre os Ministérios da Pesca e do Meio Ambiente.
Em 2012, o pescador Paulo Rogério da Silveira foi penalizado em R$ 70 mil pelo uso da rede anilhada. O equipamento é usado há mais de 50 anos na pesca da tainha, segundo a Federação de Pescadores de Santa Catarina.
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