Um pequeno compartimento de pouco mais de um metro e meio e cerca de 20 furos feitos na porta foi o lugar escolhido pelos sequestradores para manter por cinco dias o garoto Angelo Antonio, de 9 anos, raptado em Ilhota. O cativeiro do menino ficava no canto de um dos quartos do segundo andar do sobrado nº 470 da rua Olindo Rodolfo de Souza, no bairro Armação, em Penha.
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Aparentemente calma, a rua sem saída foi tomada pelos curiosos por volta do meio-dia desta terça depois que policiais da Divisão Antissequestro da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) estiveram no local, duas pessoas foram mortas e uma foi presa.
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Conforme alguns moradores que não quiseram ser identificados, o casal que alugava a casa, desde o fim de abril deste ano, passava despercebido e nenhuma movimentação estranha foi notada.
A proprietária do sobrado, Regina Evaristo, conta que o casal pagou o aluguel adiantado até agosto e eles nunca perceberam nada de errado. Ela estava almoçando com a família quando os policiais chegaram e ficou apavorada com os tiros.
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– Os olhos daquela criança arregalados não saem da minha cabeça. Ele saiu no colo do policial – lembra.
Regina é moradora da rua há oito anos e explica que o casal seria de Indaial. Segundo ela, na última semana dois primos deles, um homem e uma mulher, estavam morando no local.
– Ela era comerciante e ele trabalhava em uma revenda de carros. Mas era sempre calmo assim, nunca vimos nada.
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O marido de Regina, Paulo César Evaristo, também afirma que eles nunca suspeitaram de nada, apesar de morar ao lado do sobrado.
– Escutei os policiais dizendo pra não reagir, depois deram uns seis tiros. Mas só agora liguei os fatos, porque faz mais ou menos uma semana que eles taparam as janelas do quarto – conta.
Outra vizinha, que não quis ser identificada, relata que estava na lavanderia quando as viaturas chegaram na rua. Ela diz que ouviu barulho de vidro quebrando e portas sendo arrombadas.
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– Disse pro meu filho se jogar no chão e ficamos abaixados até acalmar. Depois soubemos que tinha uma criança sequestrada e nós não sabíamos de nada, era um casal normal – explica.
Além disso, de acordo com a mulher, no sábado o casal e as outras duas pessoas que estavam na casa fizeram um churrasco.
Sem identificação
A identidade do homem e da mulher que foram mortos no cativeiro ainda não foi divulgada pela polícia. Uma coletiva de imprensa foi agendada em Gaspar para repassar mais informações sobre o caso.
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