Pelo menos seis pessoas e três veículos participaram na noite da última quinta-feira da chacina de Osasco e Barueri, na Grande São Paulo, informou o secretário de Segurança Pública do Estado, Alexandre de Moraes. Em nova entrevista no fim da tarde de sexta-feira, numa delegacia de Osasco, ele descartou que a morte de Itapevi, também na Grande São Paulo, tenha ligação com as de Osasco e Barueri. O secretário também negou que haja toque de recolher na região por causa das chacinas.

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– Não há qualquer possibilidade de toque de recolher. A população pode ficar absolutamente tranquila. Reforçamos a segurança em Osasco e região com 43 viaturas e 86 policiais militares, além do que já há na região – garantiu Moraes.

Secretaria de Segurança não descarta participação de policiais

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De acordo com o secretário, um vídeo produzido por uma testemunha revelou que um dos carros usados nos crimes é um Peugeot de cor prata. Acrescentou que foi possível visualizar a presença de quatro pessoas. Segundo Alexandre de Moraes, o veículo foi visto em cinco dos oito locais onde ocorreram as mortes em Osasco, mas não teve a placa anotada.

Ainda em Osasco, a polícia identificou uma moto, com duas pessoas, em três dos oito locais de ataques. A polícia não descarta a participação de mais pessoas nos crimes de Osasco, onde 15 pessoas morreram e seis ficaram feridas. Para Moraes, os suspeitos da moto e do Peugeot têm relação.

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– São três os fatos que ligam o Peugeot à moto: o cruzamento de horários e a verificação de que eles cobriam locais previamente determinados entre ambos; chacinas anteriores na região com o mesmo padrão de um carro e uma motocicleta; e a afirmação de uma testemunha, que viu o carro e a moto em um mesmo momento – explicou o secretário, que acrescentou que as cápsulas eram do mesmo calibre.

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Em Barueri, onde ocorreram três mortes, a polícia identificou um Sandero, também de cor prata, mas no vídeo não foi possível saber quantas pessoas estavam no veículo. As chacinas em Barueri e Osasco, maiores do ano, deixaram 18 mortos – seis com antecedentes criminais – e seis feridos. Moraes destacou que as chacinas em Barueri e Osasco podem ter ligação.

Separação das vítimas antes das execuções

Cinco projéteis intactos foram retirados dos corpos das vítimas e serão analisados pela polícia Técnica e Científica na investigação. Duas testemunhas já foram ouvidas nessa sexta-feira e outras duas deverão ser ouvidas no sábado pela manhã. Segundo o secretário, as testemunhas não confirmaram a informação de que os criminosos, antes de atirar, separaram as vítimas entre os que tinham ou não antecedentes criminais.

Em dois dos oito ataques, os criminosos não estavam encapuzados mas, conforme Alexandre de Moraes, as testemunhas ouvidas até o momento disseram não ter condições de fazer um retrato deles. A polícia trabalha com a hipótese de que os crimes sejam uma resposta à morte, na sexta-feira, dia 7, em Osasco, do policial militar Avenilson Pereira de Oliveira. A hipótese é tão forte na polícia que, minutos antes do início da coletiva com o secretário, servidores da Secretaria de Segurança apareceram com fotos de dois supostos autores da morte do policial.

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A informação era que os dois homens, um de 26 e outro de 27 anos, foram identificados, estão foragidos e tiveram a prisão temporária decretada por 30 dias. O secretário afirmou que os responsáveis pela morte do policial foram identificados no sábado e não hoje.

Em nota, o prefeito de Osasco, Jorge Lapas, disse “lamentar profundamente as mortes. Ele se solidarizou com as famílias atingidas pela chacina.