Um casal de comerciantes do Paraná que vive há sete meses em Balneário Camboriú foi acordado por volta das 6h desta sexta-feira pelo som de dois tiros no prédio em que moram com os filhos na Barra Sul. Os disparos ouvidos por eles eram decorrentes de uma operação das polícias Civil, Militar e Federal para prender Eliel Silvestre de Freitas, 30 anos, apontado como o chefe de uma quadrilha que sequestrava gerentes de bancos e tinha envolvimento com a explosão de caixas eletrônicos no Estado. Ele morreu a caminho do hospital.

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_ Primeiro eu imaginei que era algum desacerto, uma briga _ disse a mulher, ainda assustada com o que aconteceu.

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Preocupados com os barulhos que vinham do quinto andar do condomínio de classe média, o casal foi até a sala para consultar as câmeras de segurança posicionadas no entorno e dentro do prédio.

_ Parecia que a gente estava numa novela. Só subia e descia polícia. Acessamos as imagens das câmeras externas e logo vimos um giroflex ligado, o síndico já estava lá embaixo conversando com os policiais e em seguida chegou uma ambulância do Samu _ conta a moradora.

O comerciante lembra que cruzou com Freitas, que se identificava para os vizinhos como Rafa, apenas uma vez. Segundo ele, na ocasião o suspeito estava com uma bicicleta, que não chamava a atenção, e apenas o cumprimentou, sem dar abertura para conversa.

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_ Fiquei estarrecido. Como pode uma pessoa perigosa dessas morando dentro do teu prédio e a gente sem saber? _ desabafa.

Surpresa por descorbir que Freitas havia sido baleado dentro do apartamento e não do lado de fora do condomínio, a moradora ficou sem palavras:

_ Foi dentro do prédio? Era quase na hora da nossa filha sair para a escola _ disse olhando para o marido.

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O porteiro de um prédio vizinho se deparou com a ação policial no momento em que chegava para trabalhar.

_ Estava chegando, quando vi os carros da Polícia Militar. Ouvi os tiros e depois vi a ambulância levando o rapaz, que estava com bastante sangue na barriga _ relata.

Moradores ficaram surpresos

Apesar do susto, nem todos os moradores do condomínio de classe média, situado na Rua 3.704 na Barra Sul, em Balneário Camboriú, acompanharam a operação. Alguns ficaram sabendo pelo noticiário ou mesmo por vizinhos.

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_ Uma vizinha me contou por mensagem de celular que tinha acontecido uma apreensão aqui no prédio _ disse uma professora aposentada.

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Outra professora que vive no condomínio desde que o prédio ficou pronto disse se sentir insegura:

_ Ninguém mais conhece quem mora aqui. A gente acha que todo mundo é honesto.

Uma funcionária do condomínio que costumava cruzar com Freitas na portaria ficou chocada ao saber da prisão e morte dele. Ela contou que Freitas aparentava ser tranquilo e que vivia no local há quatro meses, em um apartamento alugado. Há duas semanas havia visto ele mancando e o questionou sobre o problema. Freitas teria dito que estava com dores no nervo ciático. Segundo a polícia, a dificuldade em andar ocorre por conta de um tiro que o suspeito havia levado durante uma das duas fugas do sistema prisional paranaense.