Avanços significativos e uma série de desafios pela frente figuram no primeiro balanço da força-tarefa policial montada para estancar a onda de assassinatos e a guerra de facções criminosas que assusta Joinville desde o ano passado.
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Ao divulgar e exaltar as 170 prisões feitas em 18 dias num trabalho conjunto, as polícias Civil e Militar demonstraram uma linha de trabalho que já rende frutos que a sociedade espera: as prisões de mandantes de homicídios, de faccionados (soldados das facções) e a apreensão de armas e drogas.
Violência em Joinville: um lugar dividido entre facções
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Mesmo que nem todos os 170 tenham permanecido presos — o que é reconhecido pelos comandantes —, o trabalho prático é exaltado pelas autoridades estaduais por causa de dois fatores demonstrados nessas primeiras semanas e vistos com entusiasmo até por críticos do panorama no Norte catarinense: a integração entre as forças policiais que vão a campo e o trabalho dos setores de inteligência nos mais diversos níveis.
Os atuais gestores policiais que receberam a missão de baixar os índices da criminalidade na cidade conseguiram unir forças com a equipe do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do Ministério Público.
A prisão em Pinhais, no Paraná, de Rodrigo Geraldo Pereira, o Killer, suspeito de ser um dos líderes no Estado do Primeiro Comando da Capital (PCC), é um dos exemplos práticos que a polícia considera ter dado para enfraquecer as ordens criminosas e diminuir os assassinatos.
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— Estamos em busca dos mandantes, dos líderes, para atacar a origem das mortes e também dando velocidade na prisão dos faccionados — destaca o delegado regional de Joinville, Akira Sato.
As polícias e a Secretaria de Segurança Pública prometem não parar as investigações integradas e continuar o ritmo ostensivo forte que vem sendo visível aos finais de semana pela Polícia Militar nas ruas. O objetivo é diminuir a sensação de insegurança em bairros críticos como o Jardim Paraíso.
A mãe que teve dois filhos assassinados
Até porque faltam respostas para crimes emblemáticos e com repercussão nacional ainda não esclarecidos pela polícia local. São eles: a chacina de 6 de dezembro de 2015, quando sete pessoas foram assassinadas em cerca de três horas na zona Sul, e o assassinato de Israel Melo Júnior, o Juninho, 16 anos, que teve a cabeça arrancada a machadadas — a barbárie foi filmada e espalhada em redes sociais pelos criminosos. Esses homicídios continuam impunes.
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A Polícia Civil afirma que os dois episódios (da chacina e do adolescente decapitado) estão com as investigações adiantadas, mas admite que os casos ainda não estão esclarecidos. O balanço sobre a suposta melhoria do índice de resolubilidade dos homicídios também não foi divulgado.
— Os desafios são manter essa velocidade das prisões e a melhoria da investigação, devolvendo sensação de segurança — declara uma fonte policial que tem acompanhado de perto os desdobramentos para reverter a crise na segurança enfrentada em Joinville.