AB3 (antiga BMF&Bovespa) publicou em 30 de novembro o relatório do perfil histórico dos investidores pessoas físicas, que nos revelou muitos dados curiosos. Nos últimos 15 anos (de 2002 a 2017), o número absoluto de investidores pessoas físicas na bolsa de valores brasileira, cresceu 613,2%: de 85 mil para 613 mil. Parece muito, mas representa somente 0,6% da nossa atual população economicamente ativa (102,5 milhões de pessoas). Neste último ano, ingressaram na B3 50 mil novos investidores, ultrapassando o maior número desde 2010.
Continua depois da publicidade
Neste ciclo histórico, a participação masculina é ainda predominante. Em 2002, eram 82,3% e, hoje, representam 77,2%. Já em relação aos valores médios aplicados, as mulheres estão na liderança, ainda que por pouco. A média dos valores investidos pelas mulheres são na ordem de R$295 mil, contra os R$265 mil investidos por homens. Só para confirmar esse dado, é bom informar que o valor total de investimentos na bolsa é de R$167,2 bi, sendo R$125,9 bi para 473 mil homens e R$41,3 bi, por 139 mil pelas mulheres.
Esses dados nos mostram que temos muito o que crescer neste segmento. No Brasil, além da pequena quantidade de investidores, temos também poucas empresas de capital aberto com ações cotadas na bolsa de valores.
Investir no mercado de capitais é investir no desenvolvimento das empresas, apostando no seu no crescimento e consolidação. Fomenta a economia, gera empregos e proporciona o desenvolvimento dos países. Pode ser, também, uma excelente forma de acumular patrimônio para proporcionar uma aposentadoria mais confortável.
Ao investir em ações, é importante ter em mente que é um investimento de longo prazo, porque os preços podem variar para cima ou para baixo de forma muito abrupta. É a chamada volatilidade. Num mundo cada vez globalizado, fatos ocorridos do outro lado do mundo podem influenciar os preços da ação de determinada empresa por aqui. Isso não quer dizer que a empresa esteja indo mal. O investidor de ações deve acompanhar as empresas enquanto possuir ações dela, ler os relatórios publicados, matérias sobre ela e sobre o setor onde está inserida, para conseguir decidir manter, vender ou comprar mais participação, afinal ao comprarmos ações estamos nos tornando sócios dessa empresa. Como temos muitas atividades em nosso dia a dia, convém ter uma carteira composta por aproximadamente sete empresas. Se achar complicado, é possível delegar esse serviço a especialistas. No mercado, existem fundos de investimentos que têm equipes de gestão formados por especialistas excelentes.
Continua depois da publicidade
Por fim, é fundamental avaliar se o seu momento de vida e capacidade psicológica e financeira permitem esse tipo de investimento. E porque as mulheres representam menos de 25% dos investidores? Bem, isso é um assunto para outro artigo.
Mais Giro Financeiro: