O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, confirmou no final da tarde desta quarta-feira que o ministro do Esporte, Orlando Silva, vai mesmo deixar o governo.

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Ele disse que a forma como se dará a saída de Orlando será definida na reunião a ser realizada no início da noite com a presidente Dilma Rousseff. Em sua conta no Twitter, o próprio ministro informou, por volta das 17h40min, que se dirigia para o Palácio do Planalto para o encontro com Dilma. “Estou agora a caminho do Palácio do Planalto para um encontro com a Presidenta Dilma”, postou.

– A abertura de inquérito pelo Supremo (Supremo Tribunal Federal) foi fator determinante para a mudança da situação – disse Carvalho.

Segundo Carvalho, o mais provável é que haja uma interinidade na pasta.

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– É o mais provável. Ele disse ainda que a tendência é de que o cargo continue nas mãos do PCdoB. Carvalho não quis falar em nomes e elogiou o ministro Orlando Silva.

– Orlando teve uma atitude madura. Eu respeito e louvo a atitude do PCdoB – disse o ministro relatando a conversa que teve na manhã de hoje com Orlando Silva e com o presidente do PCdoB, Renato Rabelo.

O encontro de Dilma com o ministro do Esporte será realizado logo mais, no Palácio do Planalto, após o encontro da presidente com representantes do grupo PSA Peugeot Citröen

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A cronologia do caso

15/10 – Em reportagem da revista Veja, o ex-policial João Dias, militante do PC do B preso no ano passado sob suspeita de desvio de dinheiro público, acusa Orlando Silva de montar esquema de corrupção e receber propina na sede do ministério. De acordo com a publicação, as ONGs conveniadas no programa Segundo Tempo só ganhavam os recursos mediante pagamento de uma taxa previamente negociada, que podia chegar a 20% do valor dos convênios.

16/10 Orlando Silva antecipa sua volta do México, onde acompanhava os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, após ser convocado pela presidente Dilma a dar explicações sobre as acusações de corrupção na pasta.

18/10 – O ministro participa de audiência pública na Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos. Enquanto Orlando se defendia a parlamentares da base, a oposição ouvia o PM João Dias em outra sala. No mesmo dia, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, informa que irá investigar as denúncias. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, determina à Polícia Federal (PF) a proteção especial de João Dias Ferreira.

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19/10 – Por decisão da presidente Dilma, Orlando deixa de ser o interlocutor do governo nas negociações da Copa de 2014 e na tramitação da Lei Geral da Copa no Congresso. As decisões passam a ser centralizadas no Palácio do Planalto, nas mãos da presidente e da chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. No mesmo dia, o ministro participa de audiência no Senado para prestar esclarecimentos.

21/10 – O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, solicita a abertura de inquérito no STF para investigar Orlando Silva e o ex-comandante da pasta Agnelo Queiroz, atual governador do Distrito Federal.

21/10 – Após se explicar a Dilma, Orlando Silva diz que permanece no Ministério do Esporte.

25/10 – Em depoimento na Polícia Federal, o pm delator do suposto esquema, João Dias Ferreira, reconheceu não ter provas diretas para incriminar Orlando Silva. Ele entregou áudios e documentos que comprovariam as suspeitas de irregularidades.

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26/10 – O STF atende pedido da PGR e abre inquérito para investigar o ministro. No mesmo dia, em audiência na Câmara dos Deputados para falar sobre Copa do Mundo, o ministro foi atacado pela oposição, que exigiu a sua saída.

* Com informações das agências Brasil e Estado