O árbitro Márcio Chagas da Silva classificou como “uma resposta à sociedade” a decisão do Pleno do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) pela retirada de nove pontos do Esportivo no Gauchão pelos atos racistas sofridos pelo juiz na partida contra o Veranópolis no dia 5 de março. Com isso, o clube da Serra está rebaixado e quem volta à elite é o Passo Fundo. Em entrevista à Rádio Gaúcha, ele admitiu que pensava em um resultado menos satisfatório.

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– Sinceramente, não estava pensando muito positivamente com relação a este julgamento porque fiquei bem triste com o primeiro. Serviu para dar um basta nessa covardia que vem acontecendo com o povo negro – afirmou Márcio.

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A pena imposta ao Esportivo ainda retira seis mandos de campo e aplica multa de R$ 30 mil. O árbitro parabenizou o TJD, mas ainda lamentou a ocorrência de “outros tantos preconceitos que as pessoas sofrem no dia a dia”.

– Saí de casa naquele 5 de março com o intuito de fazer o melhor possível pelo meu trabalho. Me esforço para que isso seja um divisor de águas a partir de agora. Isso não é futebol, não pode ser aceito – declarou.

Márcio Chagas lembrou que as diversas etnias que existem no Brasil têm um papel fundamental na contribuição da formação do país. Até o momento, nenhuma pessoa foi identificada pelos atos racistas contra o árbitro.