Quase quatro meses após o assassinato de Júlia Luany Aymone Alves, 12 anos – morta a facadas na Praia do Poá em Penha -, a Polícia Civil indiciou a mãe e o padrasto da vítima pelo crime. O delegado responsável pelo caso, Wilson Masson, encaminhou o inquérito à Justiça na semana passada pedindo a prisão preventiva do casal.

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– Não restaram dúvidas quanto à autoria. Os laudos apontaram que a mãe e o padrasto cometeram o crime – afirma o delegado.

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Uma das hipóteses trabalhadas pela polícia para explicar o assassinato seria ciúmes. De acordo com o delegado, a mãe teria matado a menina por ciúmes dela com o padrasto. Masson também acredita que o homem teria participação, mesmo que mínima, no homicídio.

Durante a investigação, o delegado já havia solicitado a prisão temporária dos suspeitos – que, na época, foi negada pela Justiça.

Laudo aponta violência sexual

Um dos laudos entregues à polícia apontou que Júlia teria sofrido abuso sexual e, segundo Masson, há indícios de que a violência teria cometida pelo padrasto. O delegado explica que a perícia também mostrou que o homicídio teria sido cometido pela mãe da criança, em função da posição dos golpes.

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– A posição foi de um ataque com lesões de vingança. Na faca apreendida foi encontrado o sangue da menina e a digital da mãe – argumenta.

A partir de agora o delegado espera que a Justiça decrete a prisão preventiva dos suspeitos para que seja feita a reconstituição do crime. Apesar da conclusão do inquérito, o Judiciário pode solicitar novas diligências sobre o caso.

Conforme Masson, o casal continua negando a autoria da morte.

Relembre o caso

Júlia Luany Aymone Alves, 12 anos, foi encontrada morta dentro de uma casa de veraneio na Praia do Poá, em Penha, dia 20 de fevereiro. A mãe e o padrasto da adolescente são caseiros da residência onde ocorreu o crime.

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De acordo com a polícia, a primeira informação recebida era de que a menina teria sido vítima de um tiro, disparado por um estranho que estaria tentando assaltar a casa e que haveria sido flagrado pela adolescente. O padrasto, que indicou o local aos policiais, estava com um facão na mão e afirmava que a menina havia sido atacada, conforme a PM.

No imóvel os policiais encontraram a garota na sala e perceberam que o ferimento foi feito com um objeto cortante, e não uma arma. Ainda, segundo a Polícia Militar, a mãe da menina, que estava junto do corpo, também segurava uma faca e alegou que estava tentando se proteger do estranho.

A polícia chegou a suspeitar que se tratasse de algum foragido da penitenciária de Joinville, mas ninguém foi encontrado. Os policiais relataram ter desconfiado da mãe e do padrasto porque as versões do ataque eram diferentes. Os dois foram levados para prestar esclarecimentos na delegacia e liberados em seguida.

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Contraponto

A reportagem não conseguiu localizar o casal ou a defesa para ouvir a versão da mãe e do padrasto sobre o crime. Como o processo tramita em segredo de justiça, não é possível acessar nem mesmo os nomes das partes. Na delegacia de Penha não houve registro de nenhum advogado durante os depoimentos prestados pelo casal. Os policiais não tinham o contato da mãe e do padrasto. O delegado responsável pelo caso, Wilson Masson, também não tinha o contato dos indiciados ou do advogado.