Itália deve decretar estado de emergência na região onde embarcação naufragou

O governo italiano informou nesta segunda-feira que foram detectadas manchas de um provável vazamento de combustível na área próxima ao cruzeiro Costa Concordia. O navio, que naufragou próximo à ilha de Giglio, no litoral da Toscana, carregava 2,3 toneladas de diesel. O roteiro pelo Mediterrâneo tinha recém começado quando ocorreu o acidente. Segundo o jornal espanhol El País, o ministro do Meio Ambiente da Itália, Corrado Clini, confirmou que governo está pronto para declarar estado de emergência na área do naufrágio caso o vazamento seja comprovado.

A medida do governo italiano serviria para garantir o acesso a fundos públicos e evitar “um desastre ecológico.”

– O diesel é espesso e pesado, podendo ficar assentado no fundo do mar, o que seria um desastre – assegurou Clini.

A área que tem encalhado Costa Concordia tem uma reserva natural considerada importante na Itália. As primeiras manchas foram vistas na segunda-feira por integrantes da operação de resgate que sobrevoaram o local de helicóptero. Medidas para combater a poluição já estão em andamento.

Nesta segunda-feira, equipes de resgate precisaram suspender a operação em razão do mau tempo. Cerca de três horas depois, foram retomadas. É tentativa de localizar ao menos 15 desaparecidos. No acidente, seis pessoas morreram.

Foto: Filippo Monteforte / AFP

Manobra que cuminou no naufrágio seria homenagem a tripulante

Segundo o jornal italiano La Repubblica, o desvio de rota que aproximou o Costa Concordia da ilha de Giglio foi uma homenagem ao maitre Antonello, um membro da tripulação nascido na região. Por volta das 21h de sexta-feira (hora local), a irmã de Antonello, Patrizia Tivoli, postou em seu perfil no Facebook a seguinte mensagem:

“Daqui a pouco vai passar perto, perto o Concordia da Costa Crociere. Uma grande saudação ao meu irmão, que em Savona desembarcará para finalmente tirar umas férias.”

Pouco depois, o Costa Concordia bateu em uma rocha próximo à ilha. De acordo com o La Repubblica, não é a primeira vez que o navio de cruzeiro faz manobras do tipo. Em agosto, o prefeito de Giglio, Sergio Ortelli, escreveu a um site de notícias local agradecendo publicamente pela passagem do Costa Concordia na costa da ilha, que se encontrava cheia de turistas.

Neste sábado, o capitão do navio foi detido pela polícia italiana.

O navio Costa Concordia naufragou na última sexta-feira, com 4,5 mil pessoas a bordo, das quais 53 eram brasileiras. Todos os brasileiros sobreviveram. Pelo menos seis pessoas morreram.