O capitão do navio que naufragou na Itália, Francesco Schettino, foi detido após interrogatório realizado pela polícia italiana, segundo o jornal italiano Corriere della Sera. Inicialmente, ele havia explicado que a embarcação bateu em uma rocha em um trecho do mar que, segundo as coordenadas, era seguro de se navegar e que essa rocha não estaria assinalada em carta náutica.

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De acordo com o jornal, o procurador-chefe de Grosseto, Francesco Verusio, o interrogou por horas antes da transferência para a prisão localizada no município. O capitão deve responder por homicídio culposo e pelo abandono do navio antes que os outros passageiros estivessem a salvo. O primeiro-oficial, Ciro Ambrosio, também foi detido, segundo o Corriere.

Equipes de resgate continuam as buscas pelas cerca de 40 pessoas que ainda estão desaparecidas após o naufrágio de um navio de cruzeiro, na madrugada de ontem, na costa italiana.

Uma grande operação de busca foi lançada nos arredores do naufrágio. Equipes de resgate, incluindo mergulhadores, fizeram buscas de cabine em cabine, procurando possíveis sobreviventes, enquanto navios da guarda costeira vasculham as águas ao redor do navio.

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Helicópteros foram usados para retirar pelo menos 50 pessoas que se refugiaram no deck do navio e se encontravam em situação delicada.

Mais de 4.200 pessoas estavam a bordo do Costa Concordia, incluindo 53 brasileiros, sendo 47 passageiros e seis tripulantes. Segundo o Itamaraty, todos sobreviveram e estão a caminho de Roma ou Milão para providenciar documentos e voltar ao Brasil.

A guarda costeira italiana informou que pelo menos três pessoas morreram na tragédia: dois passageiros franceses e um tripulante peruano.

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O Costa Concordia havia deixado o porto de Civitavecchia, perto de Roma, ontem para um cruzeiro pelo Mediterrâneo, que deveria terminar em Marselha, na França, após passar por portos da Sicília, da Sardenha e da Espanha.

Gianni Onorato, presidente da operadora do cruzeiro, disse que investigações preliminares indicam que o navio se chocou com uma rocha gigante. Segundo ele, a retirada dos passageiros começou imediatamente após o choque, mas a operação foi prejudicada pela inclinação repentina do navio.

A embarcação já havia inclinado cerca de 20 graus quando as pessoas começaram a deixá-la em botes salva-vidas ou nadando.

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O naufrágio

O navio Costa Concordia partiu na sexta-feira de Civitavecchia, na região de Roma, e faria um cruzeiro de uma semana pelo Mar Mediterrâneo com escalas programadas nas cidades de Savona, Marselha, Barcelona, Palma de Mallorca, Cagliari e Palermo, conforme informações da assessoria de imprensa da Costa Crociere, empresa proprietária do navio.

Na noite de sexta-feira o navio se chocou contra uma rocha e encalhou em um banco de areia próximo à ilha de Giglio, na Toscana, a cerca de 40 quilômetros do continente. O casco da embarcação quebrou, o navio virou e ficou parcialmente submerso. A empresa responsável pelo cruzeiro informou que o processo de evacuação e resgate começou imediatamente.

O navio levava 4.231 pessoas a bordo. Segundo o Itamaraty, os 47 passageiros e seis tripulantes brasileiros que estavam no navio foram resgatados e passam bem.

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Em uma área de quase dois mil metros quadrados a cruzar o oceano, o Costa Concordia esbanjava luxo com quatro piscinas, 1,5 mil camarotes, 13 bares, cinco restaurantes, um spa de seis mil metros quadrados, pista poliesportiva e cinema, entre outras regalias.