Guilherme Bernard
Presidente da Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate)
O instável cenário econômico do Brasil vem impondo às empresas constante adaptação para se manterem competitivas. Estar em uma região percebida como referencial, como é o caso de SC no setor de tecnologia e inovação, não é garantia de permanência no patamar de excelência. São necessários investimentos e gestão para o alto desempenho.
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Já sob efeitos da turbulência econômica em 2014, o crescimento anual da área de tecnologia da informarção (TI) em Santa Catarina foi de 15%, superando o próprio setor em nível nacional (10%), segundo a Associação Brasileira de Empresas de Software (Abes). Com faturamento em torno de R$ 2,5 bilhões no Estado, o setor emprega mais de 20 mil pessoas em 1,8 mil empresas e, em 2015, deve abrir ao menos 1,5 mil postos de trabalho, conforme dados da Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate).
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O contexto possibilita que se mantenha uma expectativa de crescimento da ordem de 15% em tecnologia neste ano, mesmo diante da retração econômica em diversos setores do País. Para minimizar os impactos da crise, empresas realizam investimentos voltados à melhoria de seus processos e direcionam o foco para o aumento da produtividade.
As soluções tecnológicas atendem a essa demanda, auxiliando os negócios no desenvolvimento de seu diferencial competitivo para se sobressaírem diante da concorrência. É o momento de buscar a oportunidade em meio à crise.
As dificuldades também mostram que há importantes desafios a se transpor para o setor tecnológico sustentar uma posição de destaque nacional e continuar inovando. Alguns parecem elementares e fazem parte da realidade brasileira, como a média de 107 dias para abrir uma empresa, que coloca o Brasil em 123º lugar no ranking Doing Business (Banco Mundial, 2014) entre 189 países. Mas há o que fazer pelo desenvolvimento das empresas no âmbito das cidades e do Estado.
Em primeiro lugar, estabelecer o diálogo entre poder público e as empresas para resolver muitos dos entraves burocráticos. Em segundo lugar, prefeituras podem e devem regulamentar seu incentivo com a aprovação de leis e fundos de inovação. Pelos fundos, o setor pode reinvestir parte do Imposto Sobre Serviços (ISS) que arrecadou em ações para atrair novos investimentos e fomentar uma indústria que é sustentável e voltada para o conhecimento. Depois da aprovação, é preciso boa vontade para tirar a lei do papel.
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Mecanismos como esses são o que o setor tecnológico vislumbra para, além da iniciativa empreendedora, tornar SC referência no Brasil em ambiente regulatório de incentivo à tecnologia.