Mais uma vez, a polícia catarinense se mostrou implacável na investigação e solução de sequestros no Estado.

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A libertação com sucesso nesta terça-feira do menino de nove anos sequestrado havia cinco dias em Ilhota, no Vale do Itajaí, teve um desfecho pouco comum nesse tipo de ação: a invasão do cativeiro pela polícia.

:: Clima na rua em frente à casa de menino sequestrado em Ilhota é de festa com resgate do garoto

Uma operação considerada de alto risco que teve sucesso a partir de um consenso entre os policiais civis envolvidos na investigação desde a última quinta-feira, quando o garoto havia sido levado.

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Se invadir o lugar em que a vítima está rendida já é arriscado por si só, imagine quando lá dentro estiver uma criança. Pois essa preocupação existia a todo momento entre a equipe de policiais civis empenhada no caso, de Gaspar e da Divisão Antissequestro da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), de Florianópolis.

Primeiro, de manhã, a polícia capturou o mentor do sequestro, Peterson da Silva Machado, em Brusque.

Eu conto tudo, não me matem – disse o preso aos policiais.

A polícia sabia a rua do cativeiro, em Penha, mas só descobriu a residência exata com a confissão de Peterson. Ele disse ainda que o garoto estava no segundo andar trancado numa peça e que o casal que o cuidava ficava no andar de baixo.

Esse detalhe foi fundamental para a polícia decidir pela invasão, pois sabia que levaria tempo para que os sequestradores subissem até o segundo andar e colocassem em risco a vida do menino.

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Mesmo assim, havia outro receio: o casal estaria armado. Às 11h40min, 12 policiais civis montaram o cerco à casa, pelos fundos e frente. A mulher estava na cozinha e o homem perto da sala. Ambos estavam com armas. Os policiais afirmam que eles reagiram e por isso houve o confronto que acabou com a morte do casal.

– Depois que prendemos o Peterson soubemos que o casal estava armado dentro da casa. Por isso, precisamos correr contra o tempo e invadir a casa para que nada acontecesse com o garoto. Foi algo com o consenso de todos os policiais, planejado e treinado – ressaltou o delegado de Gaspar, Egídio Ferrari.

Falecido em abril, o delegado Renato Hendges, o Renatão, que figurou por mais de 30 anos na investigação e esclarecimento de sequestros em Santa Catarina, costumava prender os envolvidos somente após a libertação da vítima. Ele dizia que preferia garantir a vida dela e depois correr atrás dos sequestradores.

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– Um dos métodos usados pela polícia também é esse (invasão do cativeiro). O profissionalismo imperou e em conjunto os policiais tiveram sucesso – comentou o diretor da Deic, delegado Akira Sato.