A greve dos servidores da Saúde, que completa 59 dias no Estado, pode terminar nesta sexta-feira. Uma assembleia geral da categoria está programada para as 13h30, na Praça Trancredo Neves, em Florianópolis.
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A proposta oferecida pelo Estado, antecipada pelo governador Raimundo Colombo, é uma premiação por produtividade em que estará absorvida a reposição salarial dos dois próximos anos. O limite poderá chegar ao máximo de 50%, conforme reivindica o SindSaúde.
Colombo preferiu não apontar como ficarão os valores finais aos servidores, mas disse que os pagamentos serão feitos a partir de um cronograma.
O responsável pela negociação do governo do Estado, Décio Vargas, afirmou que houve avanço significativo com os representantes do SindSaúde.
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– A nossa proposta segue a mesma linha de produtividade, mas agora prevendo o reajuste salarial – comentou Décio.
Desde o começo da greve, o governo vinha se mantendo irredutível a conceder aumento salarial aos servidores. Nos últimos dias, o quadro de atendimento nos hospitais da Grande Florianópolis se agravou.
Um dos motivos foi o fechamento do Centro Cirúrgico do Hospital Governador Celso Ramos, no Centro da Capital, na noite de terça-feira e quarta-feira, pela direção da instituição por falta de profissionais.
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A crise aumentou também com as declarações de caos na Saúde feitas pelo diretor do hospital, Ivan Moritz, e pelo documento do Conselho Regional de Medicina de SC (Cremesc), em que o presidente, Vicente Pacheco, pede ao Ministério Público Federal a intervenção federal na saúde.
Passos da Greve
23/10 – Começo da greve: os servidores da saúde retomam a greve a partir nos hospitais públicos estaduais. A paralização, iniciada 15 dias antes havia sido suspensa por que o governo pediu prazo para apresentar uma nova proposta.
8/11 – Hora-plantão é o ponto de discórdia: A origem da greve está relacionada à hora-plantão, nome usado na saúde para horas extras. Elas são pagas aos empregados do setor há 20 anos porque não existe mão de obra suficiente para manter os hospitais funcionando. Mas com a contratação de pessoal iniciada este ano, os servidores sentiram- se ameaçados de perder parte do salário. O sindicato dos trabalhadores (SindSaúde) defende que para manter a remuneração atual seja criada uma gratificação.
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16/11 – Corte no ponto dos grevistas: a Secretaria de Estado da Saúde passa a cortar o ponto dos servidores que estão em greve nos hospitais públicos. O registro deixa de ser eletrônico para ser manual. Uma reunião com todos os diretores e gerentes dos hospitais definiu as medidas de controle da presença dos servidores.
19/11 – Emergência fechada: a emergência do Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, foi a primeira a fechar devido à falta de técnicos em enfermagem, que aderiram à greve. Somente encaminhamentos de outros médicos, das unidades de pronto atendimento e pacientes que chegam de ambulância são atendidos.
29/11 – Paralisação nos ônibus: motoristas dos ônibus param por duas horas em apoio aos grevistas da saúde. Ministério público faz exigências ao governo, como reabertura imediata das emergências.
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12/12 – Cassada liminar: faltando dois dias de expirar o prazo, o Tribunal de Justiça suspendeu a liminar que determinava ao governo restabelecer o atendimento nas emergências, UTIs e centros cirúrgicos dos hospitais da Grande Florianópolis. Serviços se mantêm precários.