Os cerca de 150 alunos matriculados na Fundação Catarinense de Assistência Social (Fucas) devem voltar às aulas a partir do dia 12 de março. Isso porque o interventor Luiz Antônio Costa, que assumiu provisoriamente a administração da Fucas no dia 20 deste mês, confirmou com exclusividade a Hora de SC a venda de um imóvel em Jurerê, em Florianópolis. O prédio está em nome da fundação e foi vendido por R$ 4,5 milhões na manhã desta quarta-feira, 28. Com isso, a Fucas conseguirá pagar os salários atrasados dos funcionários e quitar as dívidas.
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— O comprador vai nos adiantar um determinado valor (R$ 1 milhão) para quitar a dívida tributária e a folha de pagamento dos funcionários que devem ser pagos até sexta-feira. Feito isso, consigo a certidão negativa e devo assinar a escritura pública no mais tardar entre segunda e quarta da semana que vem — diz Costa.
Segundo ele, as aulas devem reiniciar até o dia 12 de março, que é o prazo máximo estipulado pelo Ministério do Trabalho, responsável pelo programa Menor Aprendiz, também oferecido pela Fucas. Devem recomeçar as oficinas de esportes, judô, informática e artesanato. Os alunos também terão aulas de noções em administração e contabilidade com voluntários da Associação Empresarial da Região Metropolitana de Florianópolis (AEMFLO).
Sobre os R$ 46,9 milhões da Fucas que foram investidos em fundos sem liquidez, Costa acredita que vai conseguir resgatar cerca de 70% do valor até agosto deste ano.
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Intervenção
Luiz Antônio Costa foi indicado como interventor da Fucas pelo Ministério Público de Santa Catarina. Ele assumiu o cargo no dia 20 de fevereiro e ficará à frente da instituição por seis meses. Costa é ex-membro do conselho fiscal da fundação.
A 25ª Promotoria de Justiça investiga possível responsabilidade dos antigos gestores da Fucas para o endividamento da entidade. Um inquérito foi instaurado em novembro do ano passado. No entanto, o agravamento da crise, incluindo atrasos em pagamentos de salários e falta de pagamento a fornecedores e prestadores de serviços, fez com que o MPSC interferisse na administração da fundação.
Em fevereiro deste ano, durante reunião na sede da OAB de Florianópolis entre o MPSC e o conselho curador da Fucas, o então diretor-presidente da entidade, Roberto Ulisses de Alencar, renunciou ao cargo. Na mesma ocasião, a promotoria indicou o nome de Costa para assumir como representante legal da entidade.
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Patrimônio da Fucas supera R$ 46 milhões, mas não há verba nem para merenda das crianças
A Fucas atende cerca de 200 crianças e adolescentes carentes do Morro da Caixa, Monte Cristo e até de Palhoça. A entidade oferece oito oficinas no contraturno escolar — judô, dança, circo, informática, artesanato, esporte de quadra, recrearte e jiu-jitsu — além de curso de capacitação para Jovem Aprendiz, com mais 262 vagas.