Após meses de incertezas sobre o futuro da Fundação Catarinense de Assistência Social (Fucas), o clima é de entusiasmo e ansiedade para o início das aulas na próxima segunda-feira, 2 de abril. Cerca de 150 alunos devem retornar às atividades de judô, informática, artesanato e esportes. A Fucas estava afundada em dívidas e foi preciso a intervenção do Ministério Público de Santa Catarina para reerguer a entidade que atende crianças e adolescentes moradoras do Morro da Caixa e outras comunidades carentes da região continental de Florianópolis.

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A assistente social da Fucas, Juliane Soares Feubach, informa que nesta semana os educadores farão o planejamento das atividades e a programação dos horários. Na quarta-feira, 28, os alunos devem ir até a entidade para escolher as oficinas de interesse. Já na segunda as aulas retornam normalmente no período da manhã, das 8h20min às 11h30min, e à tarde das 13h30min às 16h40min, no contraturno escolar.

— A perspectiva é boa, as aulas devem iniciar normalmente, lógico que não vai ser como era antes com oito atividades, mas a gente vai ter as quatro oficinas disponíveis para a comunidade. Os pais estão ansiosos pelo retorno porque a maioria fica preocupada em deixar os filhos sozinhos em casa ou soltos na comunidade, a gente sabe da questão do tráfico de drogas e todas as outras demandas existentes dentro de uma comunidade — diz.

(Foto: Fucas / Reprodução)

Segundo Juliane, outras entidades, como a Legião da Boa Vontade (LBV) e o Centro Educacional Dom Orione, na região continental, estão com uma demanda excessiva, que antes era da Fucas.

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— Provavelmente as famílias ficaram com receio que a Fucas não voltasse e inscreveram os jovens nessas ONGs, que passaram atender o público desassistido por nós durante esse período.

A Fucas atende crianças e adolescentes carentes moradoras do Morro da Caixa, Vila Aparecida, Monte Cristo e outras cidades da Grande Floripa como Palhoça e São José. A entidade oferece oficinas no contraturno escolar, além de curso de capacitação para Jovem Aprendiz.

Outras dívidas

A Fucas ainda precisa da Certidão Negativa de Débitos para receber a segunda parcela do imóvel vendido em fevereiro deste ano. Segundo o interventor Luiz Antônio Costa, que assumiu provisoriamente a administração da Fucas, o comprador adiantou o valor de R$ 1 milhão para que a Fucas pudesse quitar a dívida tributária e a folha de pagamento dos funcionários. O restante, R$ 3,5 milhões, será pago assim que a entidade conseguir a certidão. A expectativa é que o documento seja liberado ainda esta semana.

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A Fucas ainda tem algumas dívidas pendentes, como as multas pelo atraso dos pagamentos dos funcionários, vale-alimentação e convênios médicos. Segundo Costa, a entidade deve R$ 130 mil para o restaurante responsável pela merenda dos alunos. Com o início das aulas, esta é uma grande preocupação, pois, de acordo com Juliane, para muitos jovens esta era a única refeição que eles tinham. A intenção é que os débitos com o restaurante sejam quitados ainda esta semana para que a alimentação seja servida normalmente quando as aulas retornarem.

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