A Feira da Maricota será realizada provisoriamente na praça Fernando Machado a partir deste sábado, das 9h às 17h. Esta foi a decisão do Instituto de Geração de Oportunidades de Florianópolis (Igeof), que autorizou sua instalação neste local até a solução definitiva, depois de reunião com a Secretaria Executiva de Serviços Públicos (Sesp) e Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (SMDU). Mas a medida não agrada os principais interessados numa solução: os artesãos. Eles garantem que não vão montar as barracas no espaço definido e planejam um protesto no sábado no antigo endereço da Maricota.
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— É uma falácia. Foi decidido em reunião nesta tarde que nós não vamos e provavelmente vamos fazer um protesto na Paulo Fontes no sábado. Nós sabemos que se mudar da Paulo Fontes, não vamos voltar mais — avalia o artesão Jailson Ramos.
Ele conta que vereadores participaram do encontro e sinalizaram que a localização da feira naquele espaço não é irregular e ajudarão os trabalhadores a tomar medidas para permanecer no canteiro da Avenida, nas proximidades do Ticen e do Mercado Público.
— A gente não atrapalha em nada, a feira só agrega — avalia Jailson.
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Segundo o artesão, foi montada nesta quinta-feira a minuta da criação da associação dos artesãos da Maricota, que terá como objetivo a permanência no espaço. Tania Maria D’Aquino foi escolhida como presidente.
— A gente formou a associação e a decisão na assembleia é de que não vamos, de maneira alguma, para a praça. Vamos sábado fazer um protesto silencioso na Paulo Fontes no horário normal da feira. A Maricota já ocorreu lá e não tem público — explica a representante.
Tania ainda diz que os artesãos acreditam que “é uma coisa política, porque sempre que a gente dá a solução eles colocam outro problema em cima”. Além disso, ela questiona a falta de comunicação:
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— Não recebemos nada por escrito.
Em reunião realizada na última quarta-feira no Igeof com a presença dos artesãos, eles haviam recusado a mudança para a Praça Fernando Machado. O Igeof alega que acatou recomendação do Ministério Público de Santa Catarina de retirar a Feira da Maricota do canteiro central da Avenida Paulo Fontes.
A outra opção de local seria o Largo da Alfandega, mas há ainda a dependência de uma avaliação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que em resposta preliminar sugeriu a sua realização perto do Projeto Viva Cidade, criado há três anos.
São 250 artesãos atuando na Feira da Maricota e que foram capacitados e avaliados pelo Instituto Nexxera. Segundo a assessora do Igeof, Ana Mercedes Rutz, o grupo é formado por pessoas que precisam do mercado de trabalho para fazer renda familiar. Para a chefe da Divisão de Capacitação do Igeof, Patrícia Nalovaiko Silveira, a alocação destes artesãos é o final do processo, onde eles podem efetivamente colocar em prática tudo que aprenderam durante a capacitação.
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Feira da Maricota dá novas opções de trabalho em Florianópolis
Segundo o superintendente do Igeof, Paulo Henrique Ferreira, é importante para o município manter o funcionamento da Feira da Maricota, mas o objetivo principal é adequar sua realização às normas do município, ou seja, buscar um local que esteja dentro dos critérios de mobilidade, acessibilidade e segurança exigidos para a preservação de determinados espaços livres, colaborando para a qualidade da ambiência urbana no centro histórico de Florianópolis.
A Sesp terá papel fundamental na regulamentação da atividade dos artesãos daqui para frente nas oportunidades como ampliação para gastronomia e sebo.
— Eles vão ter que se adaptar aos requisitos já exigidos aos demais expositores, regulamentados e pagando os compromissos legais — observou Ferreira.
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