Um ofício enviado na sexta-feira pela Secretaria Municipal de Segurança e Gestão no Trânsito de Florianópolis ao Instituto de Geração de Oportunidades (Igeof), responsável pela Feira da Maricota – que estava ocorrendo todos os sábados na Avenida Paulo Fontes, no Centro – inviabilizou a realização da feira no último fim de semana e também nos próximos. O espaço, tão comemorado pelos artesãos, terá que mudar de lugar, segundo a recomendação. Nesta semana, o Igeof se reunirá com os trabalhadores e demais órgãos para definir um novo ponto, que agrade todos os lados.

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Segundo o diretor de operações da Secretaria de Segurança e Gestão de Trânsito, Joel Souza Padilha — que assinou o ofício — a feira é inviável naquele local por conta de um pedido do Ministério Público sobre o estacionamento de veículos de turismo na região central.

— Aquele espaço precisa ser usado para desembarque de passageiros que chegam em ônibus de turismo. Hoje não temos nenhum local no Centro para isso. Atualmente, com a feira, os ônibus têm parado no meio da via para deixar os turistas — disse o diretor.

A sugestão em unir a Feira da Maricota com a Viva Cidade, através de uma alteração no trânsito em frente à Praça Fernando Machado, também foi descartada pela Secretaria.

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— Foram apresentadas várias situações. São cerca de 20 táxis que atuam ali. Caso houvesse a modificação, os táxis teriam que usar a contramão para acessar a rua principal e linhas de ônibus também seriam afetadas — complementou Joel Souza.

Ofício assinado pela Secretaria de Segurança e Gestão de Trânsito
Ofício assinado pela Secretaria de Segurança e Gestão de Trânsito (Foto: Divulgação / Reprodução)

Artesãos contabilizam prejuízos

Um prejuízo de cerca de R$ 300. Foi o valor perdido pela artesã Karina Climaco com a suspensão da Feira da Maricota no último sábado. A razão para o impasse, comenta, nem ela sabe direito. Mas aguarda uma resposta e torce pela permanência da Maricota.

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— Minha renda aumentou em 100%. A Maricota deu vida para aquela área do Centro. Antes passava de ônibus ali durante a tarde, e às 15h, já estava tudo vazio. Agora tem ficado movimentado e garante até mais segurança às pessoas — avalia a artesã.

Feira da Maricota dá novas opções de trabalho em Florianópolis

O também participante da Feira, o artesão e empresário Jailson Ramos, lamenta a suspensão da feira. Para ele, as pessoas já se acostumaram com o ponto na Paulo Fontes e, além disso, revitalizava aquela região.

— Enquanto a Maricota foi suspensa, os ambulantes, que não vendem produtos artesanais, vendem produtos da China e sem procedência, continuam lá, sem fiscalização — indigna-se.

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Para ele, há uma “briga política” e as explicações corretas não são transparentes. Tanto, que para ter mais força e representatividade, os trabalhadores, conta ele, estão conversando para montar uma associação de artesãos da Feira da Maricota.

O novo superintendente do Igeof, Paulo Henrique Ferreira, caiu de paraquedas na polêmica e afirma que a Maricota não irá acabar, em uma tentativa de acalmar os artesãos. Mas de acordo com o ofício enviado pela Secretaria de Trânsito, o local terá de ser modificado. O próprio ofício indica a mudança para a Praça Fernando Machado. Nesta semana, haverá uma série de reuniões para tentar definir, junto aos interessados, um melhor ponto. O Iphan também será procurado.

— Temos que respeitar a determinação judicial. Mas o fim da feira está fora de cogitação. A Maricota é um sucesso. Vamos dialogar com os órgãos e tentar unir forças — afirmou o superintendente.

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