O governo americano decidiu, mesmo que discretamente, encarar a tomada militar do Egito como um golpe.

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Segundo o site The Daily Beast, o senador democrata Patrick Leahy, do Estado de Vermont, afirmou que o auxílio às forças armadas do país árabe foi suspenso, mas que os Estados Unidos não classificarão oficialmente o incidente egípcio como golpe militar.

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Grande parte do auxílio americano ao Egito está, diz Leahy, temporariamente “em espera”. Cerca de US$ 585 milhões dos US$ 1,3 bilhão em financiamento militar que ainda não foi entregue ao país estão sustados, assim como a entrega de helicópteros Apache já pagos pelo governo egípcio e o depósito de recursos que beneficiariam diretamente o governo comandado pelos militares.

A administração nega. De acordo com a porta-voz do departamento de Estado americano, Jennifer Psaki, nenhuma decisão foi tomada em relação à verba destinada ao Egito, e que o pacote de recursos está passando por revisão. No entanto, afirmou que parte do apoio econômico foi temporariamente suspensa.

Líder supremo da Irmandade é preso por militares no Cairo

No Cairo, Mohamed Badie, guia supremo da Irmandade Muçulmana, grupo religioso ao qual pertence o presidente egípcio deposto Mohamed Mursi, foi preso na madrugada de hoje. Badie e outro alto líder do movimento foram detidos em um apartamento na região da praça Rabaa al-Adawiya, local do massacre da quarta-feira passada.

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Mursi, por sua vez, foi acusado ontem pelo Ministério Público de “cumplicidade em assassinato” e de “torturas” contra manifestantes que protestavam em torno do palácio presidencial no final de 2012. Com isso, ficará mais 15 dias preso – no mínimo, até setembro.

Detido em dependências militares secretas desde sua destituição pelo exército em 3 de julho, Mursi já era acusado de ter fugido da prisão em 2011, aproveitando a rebelião popular que derrubou seu antecessor, Hosni Mubarak.