Após acompanhar o julgamento e ter sido testemunha de acusação de Elias Schroeder, o pai de Maria Rosângela Teovaldo Muniz considerou o resultado do júri popular injusto. Ele disse que o Ministério Público vai recorrer da decisão. Dos sete jurados, quatro decidiram pela absolvição e três pela condenação do ex-namorado de Maria Rosângela. O julgamento durou 21 horas e terminou às 6h desta quinta-feira. Elias, 52 anos, era acusado de ser o mentor do assassinato de Maria Rosângela, ocorrido dia 25 de janeiro de 2011.
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Ele foi absolvido do crime de homicídio, mas teve pena de um ano de reclusão por ocultação de cadáver, que foi revertida no pagamento de cinco salários mínimos, no valor de R$ 3,6 mil.
Santa – Como você analisa o resultado?
Teovaldo Muniz – Batalhamos demais para fazer a coisa certa e o resultado não é o que esperávamos. Esperava que ele pegasse uma pena maior do que os outros dois, mas infelizmente não pegou. A culpa dele era maior do que os outros dois. Achei o julgamento banal. A defesa dele era de três advogados e mais assistentes, e o promotor estava sozinho. Vamos recorrer a partir de agora. Não vamos deixar ele sair impune depois de um crime desse, já que era o mentor.
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Santa – O que você falou ao juiz durante o julgamento?
Muniz – Falei que um dia a Vanessa e o Elias vieram aqui em casa avisar que ela estava desaparecida. Eles não ligaram para mim para perguntar se ela estava aqui. Foram na polícia, no apartamento dela e só depois vieram aqui. Ele não teve interesse de ligar para nós e perguntar onde ela estava. Ele só apoiava a Vanessa.
Santa – O senhor chegou a falar com Elias durante o julgamento?
Muniz – Olhei para a cara dele apenas. A mesma cara que ele fazia quando fez as outras coisas, ele fez ontem. Sempre fechado e também um pouco arrogante.
Santa – Ele era assim quando tinha o relacionamento com a sua filha?
Muniz – Sempre foi esquisito. Veio duas vezes aqui em casa, no Natal e no meu aniversário. Sempre com a mesma frieza. Eu não tinha um relacionamento com ele.
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Santa – O senhor achou o resultado injusto?
Muniz – Sim. Não iríamos trazê-la de volta, mas fazer justiça para nossa sociedade. Do jeito que foi, com tudo de ruim que está ocorrendo, a própria sociedade ajuda a piorar, ao invés de ajudar a melhorar. A justiça de Deus já foi feita, porque ele ficou três anos lá dentro, mas vamos recorrer para não deixar ele solto. É o principal culpado. Os outros dois foram punidos e, pelo menos, essa punição ele deveria ter. Fico triste pela sociedade. É uma pena. Vamos ficar sempre a mercê da bandidagem e da própria sociedade, que em um júri popular, que deveria ter deixado ele com uma pena bem alta. É triste. Estou no fim de carreira, de vida, com 82 anos, e não posso mais esperar muita coisa. Mas, estava brigando pela minha família e pelos outros que aqui estão, mas assim desse jeito, a sociedade vai apodrecer cada vez mais.
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