O terceiro acusado de envolvimento no assassinato da gerente Maria Rosângela Muniz vai sentar no banco dos réus na manhã desta quarta-feira. O engenheiro eletricista, ex-presidente da Unisaúde e ex-namorado da vítima, Elias Schroeder, está preso desde fevereiro de 2011 e seu futuro será decidido em júri popular a partir das 9h no Fórum de Blumenau.
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O representante do Ministério Público, promotor André Otávio Vieira de Mello, espera que a pena de Schroeder seja igual ou maior a dos últimos dois condenados no processo. A maior delas foi 26 anos e 11 meses, concedida a Edemir Pelin. De acordo com ele, será o momento para expor os fatos e provas que comprovariam a participação do acusado no homicídio. Jonas e Teobaldo Muniz, irmão e pai da vítima, além do delegado Bruno Effori, serão algumas testemunhas da acusação.
– O principal réu é o mentor e manipulador de toda esta jornada. O Elias foi deixado por último pela defesa como uma estratégia para tentar livrá-lo de uma condenação que é inegável – avaliou o promotor.
Ele acredita que o júri deve ser longo, em função do testemunho de familiares e outras pessoas ligadas ao caso. O último julgamento, de Edemir Pelin, realizado em dezembro de 2013, durou 15 horas.
– A defesa tenta destituir uma prova testemunhal que afirma ter visto Elias carregando o corpo de Maria Rosângela a menos de quatro metros de onde estava. A testemunha dá essa versão única desde o início do processo com muita firmeza, o que nos dá a certeza do envolvimento dele no crime – disse.
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O que diz a defesa
A advogada de Schroeder, Ediléia Buzzi, afirma que o processo extenso e complexo pode se tornar um grande “erro judiciário”.
– Não é a defesa que precisa comprovar a inocência do Elias, e sim o Ministério Público provar o que alega. Nada há nos autos que ampare uma condenação. Nestes mais de três anos tudo foi distorcido e a defesa esclarecerá todos os pontos – afirmou por e-mail.
Relembre o caso
Maria Rosângela Muniz foi morta em 25 de janeiro de 2011. O corpo dela foi encontrado uma semana depois, no dia 2 de fevereiro, no interior de Gaspar. A melhor amiga da vítima, Vanessa Nardes, foi a responsável por atrair Maria até o local onde ela foi morta, em um apartamento no bairro da Velha.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, Schroeder e Vanessa seriam os responsáveis pelo homicídio, além de Edemir Pelin. O último teria sido contratado para matar Maria Rosângela. Vanessa foi julgada em outubro de 2013 e condenada inicialmente a 26 anos e 11 meses de reclusão. Edemir, acusado de matar a gerente financeira com golpes de extintor de incêndio, foi sentenciado a 23 anos de prisão. A motivação do crime seriam irregularidades cometidas por Elias na cooperativa Unisaúde, empresa em que ele, Maria e Vanessa trabalhavam.
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