Os golpes do grupo dos palhaços de São Paulo em Florianópolis começam a aparecer. Os líderes Percival e Rita de Sousa, a pretexto de conseguir dinheiro fácil, usavam até o nome de entidades que cuidam de crianças soropositivas. O casal natural de Ribeirão Preto é procurado pela Polícia Civil de SC pelo crime de estelionato.
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O grupo Mensageiros do Amor tentou enganar em maio passado uma motorista no trânsito de Florianópolis usando o nome do Lar Recanto do Carinho, instituição que acolhe crianças soropositivas. Eles não sabiam que estavam pedindo dinheiro para a própria coordenadora da entidade.
Carmen Fuhrmann se identificou e disse que nunca os tinha visto no Lar. Os palhaços que vendiam cartões-postais a R$ 2 sempre em nome de entidades que cuidam de crianças ficaram desconcertados.
– Fiz eles ligarem para o Percival e ele me disse que na verdade era outra entidade que os palhaços estavam querendo dizer. Ele desconversou e foi bastante grosseiro comigo – contou Carmen.
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Dois meses depois, ela estava no táxi quando passou em frente ao Hospital Infantil Joana de Gusmão – outra instituição que o grupo usava o nome – e viu os palhaços. Ela comentou o assunto e o motorista foi até o grupo perguntar qual o nome da entidade que eles representavam. O taxista ficou perplexo.
– Mas esta é a associação da minha tia! – disse.
Carmen procurou a polícia, mas como não registrou boletim de ocorrência a denúncia informal não foi investigada.
Sobre a carta com a logo do Lar Recanto do Carinho agradecendo a “doação e o carinho” do grupo, Carmen disse que qualquer pessoa que doe um litro de leite receberá tal carta. A coordenadora diz que quando se trata de doações em dinheiro, estas são com recibos timbrados para desconto no Imposto de Renda.
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No Facebook do Mensageiros do Amor Florianópolis há uma declaração do Centro de Educação Complementar Criança Fazendo Arte com o nome do grupo. A coordenadora do projeto da prefeitura para crianças carentes, Maria Dealtina Pereira, afirmou que eles fizeram duas apresentações no local, dias 4 e 5 de setembro.
– Eles disseram que faziam apresentações no Hospital Infantil e outras entidades, mostraram fotos e achamos legal. Não cobraram nada, doaram balões e almoçaram com a gente. Notei que não eram profissionais. Quando vi na tv, me assustei. As crianças falaram: olha os palhaços que se apresentaram aqui estão na cadeia! – contou a coordenadora Maria.