Dos sete indicadores que compõem a essência do Atlas de Exclusão Social, lançado esta semana em Brasília, Santa Catarina ocupa as melhores posições nos rankings. Bons índices de educação, segurança e distribuição de renda, por exemplo, colocam o Estado entre as regiões mais igualitárias do país. Além disso, é de SC também a cidade que ostenta os melhores índices brasileiros.

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Localizada no Vale de Itajaí, de colonização alemã, Pomerode é apontada como a cidade mais igualitária do Brasil. Geógrafo e um dos organizadores do Atlas, Ronnie Aldrin, observa que em 2000, das 100 cidades menos desiguais do Brasil, 14 delas eram de SC. Em 2010, o número subiu para 19.

Entre os indicadores analisados, SC só não ficou entre os melhores em Juventude e Alfabetização. Ricardo Amorim, professor e um dos autores do estudo, explica que são questões pontuais, mas que chamam atenção para indicativos de problemas.

– O estudo serve justamente para mostrar o crescimento econômico e a necessidade de mais programas de distribuição de renda. Devemos prestar atenção nas regiões mais carentes e fazer uma política regional para alterar a desigualdade.

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Berço de boas oportunidades

Ricardo Amorim, um dos autores responsáveis pelo estudo cita que o histórico de ocupação de Santa Catarina com níveis sociais mais iguais, deu a oportunidade para a construção de cidades mais igualitárias.

O professor da UFSC Lauro Mattei diz que um conjunto de fatores históricos e de regionalização, como também efetivação das políticas públicas, sistema educacional levam a melhoria das condições de vida no Estado. Diferentemente das metrópoles, as cidades menores, presentes no ranking, não sofrem com o fluxo de migração de pessoas que gera crescimento desordenado e o surgimento de favelas.

– Temos um cenário positivo, comparando com outros Estados. Mas há municípios com indicadores problemáticos – ressalta, citando as regiões do Planalto Serrano e Oeste que apresentam desigualdade de renda.

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A secretária de Assistência Social do Estado, Angela Albino, diz que SC tem conseguido alcançar uma melhor distribuição de renda pelo tipo de desenvolvimento econômico, com bons salários aliado a uma distribuição de renda igualitária. Ela lembra, no entanto, que apesar do cenário positivo é preciso enfrentar as desigualdades regionais como focos de pobreza extrema e cerca de 100 mil analfabetos no Estado principalmente nas regiões de Xanxerê e Serra Catarinense.