A pequena e barulhenta torcida Fúria Biguaçuense, do Esporte Clube Biguaçu, ficará em silêncio no ano que vem. O clube, que disputou a Divisão Especial em 2012 e ficou em 5º lugar na classificação geral, estará em uma nova cidade, ainda não definida.
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– Não recebemos o mínimo de apoio público – disse Taffarel Rodrigues, um dos dirigentes da equipe, ao confirmar a manobra.
Por mínimo, Taffarel define ajuda para transporte e alojamento, além do aluguel do estádio – cerca de R$ 500 por partida. Algo que não deveria depender de prefeitura, mas que acaba sendo realidade de times de menor expressão, não só em Santa Catarina.
Taffarel diz que os empresários negociam com outras cidades para manter o clube, que mudaria de nome. Algo semelhante ao que aconteceu, nos últimos anos, com o Grêmio Barueri (SP). O time paulista chegou a ser transferido para Presidente Prudente (SP), antes de voltar a Barueri.
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Clássico Bi-Gua fica na história
Com um ano e meio de vida, o E.C. Biguaçu criou uma das rivalidades mais breves do futebol catarinense. Na Segundona, pela primeira vez, disputou o clássico Bi-Gua, com o Guarani de Palhoça. Foram duas partidas, com uma vitória por 3 a 0 do Bugre, no Renato Silveira. No jogo da volta, o Biguaçu chegou a abrir 2 a 0, mas tomou o empate. Fim da rivalidade, sem ao menos uma vitória.
A torcida, formada principalmente por adolescentes, ainda não falou oficialmente sobre o assunto. Por enquanto, as camisetas regatas, surdos, bumbos e a bandeira horizontal da Fúria Biguaçuense continuam guardadas exatamente no mesmo lugar.
Título no currículo e experiência itinerante
O grupo de investidores paulistas que tocava o Biguaçu já havia tido experiência semelhante no Paraná, há três anos. Na Grande Florianópolis, a curta trajetória começou com um título estadual. Em 2011, o time azul e amarelo estreou na Terceirona do Catarinense e levantou o troféu.
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Em 2012, o clube fez campanha razoável nos dois turnos, mas não chegou às semifinais. Acabou engolido pela lógica da Segundona: levou prejuízo financeiro em todas as partidas em casa. A folha salarial, de R$ 20 mil mensais, dá ideia do quanto a situação era complicada. Fazia, inclusive, com que atletas nativos preferissem manter seus empregos e disputando campeonatos amadores a tentar a sorte no futebol profissional.