Mais dois torcedores argentinos, que constam na lista dos 2,1 mil barrabravas impedidos de entrar no Brasil no período da Copa, foram barrados na manhã desta segunda-feira no posto de fronteira de Uruguaiana, na divisa com Paso de los Libres.
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Junto com três outras pessoas, um deles tentou entrar no país às 5h30min, mas o sistema identificou a restrição. Conforme informações preliminares, o torcedor teria se envolvido em uma briga em um jogo de futebol em La Plata. Às 8h40min, ele foi liberado dos trâmites burocráticos, atrasados por problemas em uma impressora da aduana. A Polícia Federal escoltou o veículo em que ele estava até o limite do território brasileiro. Os outros três viajantes receberam autorização para ingressar no país. Eles pretendiam deixar o torcedor barrado em um ponto de ônibus ou rodoviária do lado argentino e, depois, regressar ao Brasil e seguir viagem a Porto Alegre, onde a seleção do seu país joga na quarta-feira contra a Nigéria.

Às 11h, outro barrabrava foi interceptado na aduana. Ele viajava com outras duas pessoas que foram liberadas para cruzar a fronteira, mas todos optaram por voltar. O torcedor barrado é morador de Santiago del Estero e é torcedor do Boca Juniors. Após o impedimento, eles foram conduzidos até o limite brasileiro da ponte internacional Uruguaiana e Paso de los Libres.
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Ele foi o 11° argentino impedido de entrar no Brasil pela fronteira do Rio Grande do Sul por constar na lista dos barrabravas.
Também na manhã desta segunda-feira, dois ônibus de dois andares, com cerca de 60 torcedores cada, tiveram de regressar à Argentina. Como outros tantos, eles estavam com uma carta verde, o seguro internacional do veículo nos países do Mercosul, considerada inválida. Por lei, o documento deveria ter no Brasil como correspondente uma seguradora, mas a verificação da Polícia Rodoviária Federal mostra que se tratam de escritórios de advocacia em Porto Alegre e Blumenau. Nestes casos, os veículos têm de retornar e providenciar uma nova carta verde para ingressar no Brasil.
No Infográfico, confira como se sustentam os barrabravas:
Quem são os barrabravas
Em cinco das últimas sete Copas do Mundo eles arrumaram confusão e espalharam medo. Brigaram entre si, com torcedores de outros países, foram deportados e mataram um homem na África do Sul. Voltaram para casa com máscaras e dedos em riste. Organizados nos moldes da máfia, eles subornam policiais, pressionam dirigentes, vendem drogas nas arquibancadas e imediações dos estádios, administram estacionamentos, repassam ingressos, cobram comissões por passes de jogadores e militam em partidos.
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Os barrabravas argentinos, conhecidos mundialmente pelos trapos e cantorias intermináveis nas canchas da América Latina, se especializaram em atos ilícitos e estão entranhados no futebol e na política da Argentina bem além do espetáculo. Em Porto Alegre, eles estarão no dia 25 para o jogo contra a Nigéria no Beira-Rio, o último da primeira fase.
Nas últimas décadas, os barrabravas foram responsáveis por grande parte das agressões em partidas de futebol na Argentina. Desde os anos 1920, conforme a ONG Salvemos al Fútbol (SAF), já causaram mais de 270 mortes.