Dois suspeitos de ter participado do apedrejamento a um ônibus com torcedores do Avaí, que resultou na morte de João Grah, 27 anos, se apresentaram no fim da noite desta sexta-feira na Divisão de Investigação Criminais (DIC) de Balneário Camboriú. O delegado Osnei de Oliveira, afirmou que eles só serão ouvidos na segunda-feira. Os dois, segundo responsável pelo caso, seriam integrantes da torcida organizada Fúria Marcilista, do Clube Náutico Marcílio Dias.
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Nesta quinta, um adolescente de 16 anos também se apresentou na delegacia e admitiu a participação no crime. De acordo com Oliveira, o depoimento do jovem foi bastante contraditório, pois ele chegou a confirmar a ligação com a torcida organizada e depois negou. No entanto, o delegado argumentou que existem fotos no Facebook mostrando a proximidade do adolescente com a Fúria.
– No depoimento ele disse que saíram para fazer arruaça. Na BR-101, o ônibus com torcedores do Avaí teria feito uma manobra brusca e “fechado” o carro em que eles estavam. Ele disse que se irritaram com o motorista, pararam para pegar pedras, subiram no viaduto e atiraram no ônibus. Refizemos esse trajeto e não existem pedras onde ele mencionou. Também não teriam tempo suficiente para fazer tudo isso, o que significa que foi premeditado – aponta Oliveira.
O delegado explica ainda que imagens obtidas pela DIC mostram que o automóvel em que estavam os agressores teria acompanhado o ônibus de torcedores avaianos desde o trevo da Avenida Adolfo Konder, em Itajaí, até o viaduto onde o crime ocorreu, em Balneário. O adolescente chegou a afirmar que teria trocado de lugar com o motorista neste meio tempo – versão que é descartada pelo delegado em função da distância e velocidade em que os veículos seguiam.
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Novas imagens mostram um dos carros envolvidos no apedrejamento seguindo o ônibus:
– Acreditamos que o crime foi uma retaliação pelo que aconteceu no jogo do dia 6 de setembro, entre Avaí e América de Natal, quando carros de torcedores da Fúria foram apedrejados – comenta.
A DIC apurou que 10 pessoas participaram do apedrejamento ao ônibus que carregava torcedores do Avaí de Curitiba para Florianópolis e já identificou alguns dos agressores. Conforme Oliveira, todos são de Itajaí e ligados à Fúria Marcilista. O delegado espera que os envolvidos se apresentem na delegacia, caso contrário irá pedir a prisão temporária dos suspeitos.
Sem ligação
Em contato com a reportagem, o advogado Alex Blaschke Romito de Almeida – que afirma ser o representante do adolescente de 16 anos – afirmou que não há envolvimento da torcida organizada Fúria Marcilista no ocorrido. Almeida relatou que essa constatação foi feita pela DIC e que não haveria provas da ligação do adolescente com a Fúria.
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