Passados dois meses do atropelamento de três pessoas no bairro Tapera, uma das vítimas, Rosangela Wosiak, 48 anos, ainda não pode voltar para casa. A mulher segue internada no Hospital Celso Ramos, em Florianópolis, sem previsão de alta.

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Há cerca de duas semanas, Rosangela acordou do coma, mas ainda está confusa e não sabe o que aconteceu. Segundo a filha Kelly Campos, 27 anos, os médicos explicaram que a mãe sofreu uma lesão neurológica, e só com o tempo para saber que tipo de sequelas irão permanecer. Rosangela se alimenta por sonda e está deitada.

A rotina da família mudou completamente desde o acidente. Kelly e outro irmão, Adilson, 25 anos, se dividem entre o trabalho e os cuidados do irmão mais novo, de apenas seis anos.

— Nesta semana consegui folga do meu serviço para ficar mais com minha mãe no hospital, pois os médicos querem tentar dar alta, mas para isso ela precisa conseguir comer — explicou a jovem, que trabalha no comércio.

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Na casa de Rosangela, a pouco metros de onde ela foi atropelada, foram necessárias adaptações para recebe-la. O banheiro precisou ser ampliado e o quarto para acomodar uma cama hospitalar. Amigos e vizinhos fizeram uma rifa para ajudar com os custos, já que a família não tinha como arcar com as despesas.

Na última semana, quando soube que o motorista havia sido solto, Kelly e outros familiares expressaram sua indignação nas redes sociais:

— Que absurdo. Minha mãe continua presa em uma cama e ele solto.

Kelly diz que os advogados da família estão em contato com os advogados de Raulino Jacó Brünning Filho, mas nesse momento está preocupada que a mãe se recupere:

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Não sei se acredito em justiça. Agora estamos preocupados que minha fique boa de novo e a gente possa levar ela pra casa.

Saiu cedo para trabalhar

Naquele dia 9 de fevereiro, Rosangela havia saído cedo para trabalhar fazendo faxina. Antes de sair de casa, fez uma brincadeira em uma rede social: “Feriado. Só que não kkkk, bora trabalhar”, e acrescentou que se sentia agradecida.

Por volta das 7h seu destino foi interrompido pela caminhonete dirigida por Raulino Jacó Brünning Filho, 33 anos, que já havia atingido o casal Camila Franceschetti, 18 anos, e Edevaldo Veloso Amaro, 20 anos. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu no local. O condutor fugiu sem prestar socorro e foi preso horas depois, em casa.

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Camila participou da reconstituição dos atropelamentos realizada pelo Instituto Geral de Perícias na manhã de quarta-feira. Ela contou que, já caída, ao lado do namorado, viu o momento em que o carro atingiu Rosangela.