Correção: até as 10h17, esta matéria informava de maneira errada que a vítima fatal do atropelamento era uma mulher.

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Um homem de 20 anos morreu e duas mulheres – uma de 18 e outra de 48 – ficaram feridas em um atropelamento registrado por volta das 7h pela Polícia Militar (PM) na manhã desta terça-feira, 9, na rodovia Açoriana, bairro Tapera, no sul da Ilha, em Florianópolis.

Segundo a PM, o motorista, Raulino Jacó Brünning Filho, de 33 anos, fugiu do local sem prestar socorro às vítimas e foi localizado horas depois na marina de que é proprietário na comunidade de Caiacanga, no Ribeirão da Ilha.

De acordo com o tenente Wanderson Fortes, a polícia rodoviária estadual viu a caminhonete Mitsubishi L200 preta, com placas de Florianópolis, andando em zigue zague pela SC-405 depois do acidente. Por isso, a PM conseguiu saber a placa correta do automóvel e chegar à marina no Ribeirão. Raulino e o carro foram encaminhados para a 5ª delegacia de polícia.

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Ainda segundo a polícia, no momento em que foi abordado Raulino disse que chegou em casa pela manhã, dormiu e, só ao acordar, ouviu falar do acidente. Foi constatado pela polícia que a caminhonete estava batida e suja de sangue.

Fortes afirma que, no momento em que foi abordado, Raulino não aparentava sinais de embriaguez, mas se negou a fazer o teste do bafômetro. Ele terá de fazer exames no Instituto Geral de Perícias (IGP).

Vítima estava a caminho do trabalho com a namorada

O homem atropelado, Edevaldo Veloso Amaral, morreu no local. Sua namorada, Camila Franceschetti, com quem estava indo trabalhar, teve ferimentos leves. Rosângela Wosiak, que passava ali perto e também seguia para o trabalho – faria limpeza em uma residência -, foi atingida e levada em estado grave para o hospital.

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Laudelino Marcírio, de 70 anos, é caseiro da casa que fica em frente ao local do acidente. Ele contou à reportagem do DC que estava vindo para a casa de bicicleta cedinho e passou pelo casal e uma senhora. Momentos depois de ele guardar a bicicleta, ouviu um forte barulho. 

A caminhonete atropelou o casal. O jovem foi arremessado para o mato que margeia a rodovia e a garota se feriu levemente. Mais à frente, o carro pegou a mulher de 40 anos, que teve ferimentos graves.

Edevaldo, conhecido como Dedé pelos amigos, trabalhava em uma barraca na praia do Campeche junto com a namorada. Ele também ajudava o pai, Evaldo Amaro, que é pedreiro. O casal morava com Amaro, a avó – que tem problemas de saúde e ainda não foi avisada da morte do neto – e a mãe dele, num casa na Travessa do Faisão, na Tapera. Edevaldo ainda tem uma irmã mais nova, que não mora com a família.

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Amaro conta que foi acordado às 7h com a notícia do acidente.

– Não dá pra acreditar. Ele estava indo trabalhar com a namorada na barraca da praia – lamentou o pai do jovem.   

Edevaldo  é natural de Florianópolis. Na vizinhança, ele é conhecido por ser uma pessoa boa e “não fazer mal pra ninguém”. 

Presidente do Monatram lamenta caso

A notícia de mais um atropelamento com morte em Florianópolis não surpreendeu o presidente do Movimento Nacional de Educação no Trânsito (Monatram), com sede na capital catarinense. Para Roberto Bentes, há um sentimento geral de impunidade ligado aos crimes de trânsito.

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— Esse tipo de acidente se sucede e a gente não vê solução.  A impunidade é uma das piores coisas que nós temos no nosso país. Se você fizer uma pesquisa hoje, ninguém vai acreditar que haverá, de fato, uma punição nesse caso — lamenta.

Ainda segundo Bentes, seria necessário um exemplo positivo para que  a sociedade recuperasse um pouco da esperança. Em relação ao atropelamento da Tapera, porém, ele admite estar pessimista.

— Não me surpreenderia se eu chegasse amanhã em Florianópolis e o motorista já estivesse solto — afirma Bentes, citando que, na maioria dos casos, os motoristas permanecem soltos até o julgamento. 

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