Dois anos após a inauguração da obra para impedir as cheias na rua Minas Gerais, em Joinville, moradores ainda reclamam que parte da via alaga. Finalizado em dezembro de 2015, o trabalho compreendeu aproximadamente 1,6 km – de um total de 5,3 km. A via, que liga os bairros Nova Brasília e Morro do Meio, na zona Oeste da cidade, é a décima primeira via a analisada na série Teste AN nas ruas.

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Com investimento de R$ 9 milhões, o asfaltamento e elevação ocorreu do trecho que vai da rua Servidão Bernardino Borba até próximo a Lina Albrecht. O plano para contenção dos alagamentos resolveu metade do problema, conforme alguns moradores ouvidos pela reportagem. Em alguns pontos, a enxurrada continua fazendo estragos em residências e comércios. A aproximação do verão – e das tempestades da estação – intensifica a preocupação com os estragos que as cheias podem causar.

— Essa tubulação é muito fina para conter a quantidade de água, ainda mais no verão, quando chove forte. Aqui pela redondeza (próximo à estrada Lagoinha) todo mundo sofre porque ainda enche — queixa-se Alexandre Golembieski, 67 anos, que reside próximo a Escola Municipal Professora Elizabeth Von Dreifuss.

Para o morador Alexandre, a principal reivindicação são os alagamentos
Para o morador Alexandre, a principal reivindicação são os alagamentos (Foto: Salmo Duarte / A Notícia)

O aposentado mora há 29 anos no Morro do Meio e afirma já ter observado diversos ‘técnicos fazendo estudo, medindo tubulação’ na região. Porém, as chuvas continuam atormentando as pessoas que residem próximo aos trechos não compreendidos na obra. Além de residências, a rua ainda abriga diversos estabelecimentos comerciais, escola, Centro de Educação Infantil (CEI) e uma delegacia de Polícia Civil.

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— Eu acho uma vergonha, eu nunca cheguei a perder materiais por causa das chuvas. Mas tem um verdureiro que sofre muito com os alagamentos. Ele já perdeu muitos produtos e até móveis por muito tempo — garante a proprietária de uma loja de roupas, que não quis ter a identidade revelada.

Fora o prejuízo financeiro – com móveis e produtos – os alagamentos também resultam em transtornos para pedestres e motoristas, já que o trânsito é interrompido pela água nestes dias. A Prefeitura garante que a Subprefeitura Sudoeste está implantando nova rede de drenagem nesta região. Tubos de 30 e 40 centímetros de diâmetro estão sendo substituídos por outros de 60 centímetros, o que vai melhorar a capacidade de escoamento das águas pluviais.

‘O trabalho foi iniciado a partir da rua Lina Albrecht, no Morro do Meio, e se estenderá até as proximidades da Escola Municipal’, certificou o Prefeitura.

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Água turva e malcheirosa surge no meio da rua

No meio da rua há um rastro verde, cheio de água turva e malcheirosa
No meio da rua há um rastro verde, cheio de água turva e malcheirosa (Foto: Salmo Duarte / A Notícia)

Em um trecho da Minas Gerais, próximo ao entroncamento com a Pitaguaras, há um rastro verde que inicia em um buraco, cheio de água malcheirosa e turva. De acordo com Alexandre, o aposentado do início dessa reportagem, essa não é a primeira vez que ele observa essa situação. Por causa da rede de drenagem antiga, conforme o morador, o esgoto ‘sobe’ para as ruas. O mau-cheiro do material torna-se insuportável em dias de calor, atrapalhando os moradores e favorecendo o acúmulo de bichos e a proliferação de doenças.

— O esgoto às vezes volta pela tubulação e chega à rua. Eu vou levar vocês até um buraco onde o esgoto tá saindo pelo asfalto. Ali, por causa da tubulação pequena, passou um caminhão e fez um buraco. Isso não é a primeira vez que acontece por aqui — assegura Alexandre.

O Governo Municipal acredita que a nova rede de drenagem contribuirá para amenizar este tipo de transtorno. A solução definitiva virá com a implantação do serviço de coleta e tratamento do esgoto sanitário, serviço ainda sem previsão de data para implantação. Já os problemas no asfalto, conforme o município, são consertados sempre que a Subprefeitura da região recebe uma reclamação.

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Contraste entre poeira e asfalto

Uma parte da rua não é asfaltada. Do trecho com pavimentação, aproximadamente dois quilômetros possui estrutura para bikes
Uma parte da rua não é asfaltada. Do trecho com pavimentação, aproximadamente dois quilômetros possui estrutura para bikes (Foto: Salmo Duarte / A Notícia)

Outro fator apontado pelos moradores e usuários da rua da zona Oeste foi as diferentes condições de infraestrutura no decorrer da extensão. Os cenários oscilam de 180 metros de estrada empoeirada – trecho de chão batido, sem ciclofaixas ou calçadas –; quase dois quilômetros revitalizados – estrutura renovada para pedestres, ciclistas e motoristas – e a maior extensão da rua com pavimentação em bom estado – sem meio-fio, calçadas e faixa exclusiva para bicicletas.

— Tem partes da rua que são boa, outras nem tanto. Próximo da minha casa tem o esse buracão, há uns dois meses aberto. Já vi mulheres com carrinho de bebê precisando passar no meio da rua por causa dele — reclama a moradora Liana Gardini, 20 anos.

O Município diz que a Subprefeitura Sudoeste já solicitou a Unidade de Pavimentação para a realização da operação tapa-buraco ao longo da rua, que deve ocorrer nos próximos dias.

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Por causa de buraco, veículos invadem parte do sentido contrário
Por causa de buraco, veículos invadem parte do sentido contrário (Foto: Salmo Duarte / A Notícia)

A cratera fica quase na esquina com a rua Fernando Goll e se estende do meio da rua até metade da calçada. Enquanto o problema não é resolvido, os pedestres são obrigados a andar no meio da via. O perigo também atinge os motoristas que, para desviar do buraco, trafegam no meio da pista, invadindo parte do sentido contrário. Na extensão também há duas bocas de lobo estão quebradas, próximas a rua Fraternidade.

‘Uma equipe da Subprefeitura vai vistoriar os pontos com problemas de bocas de lobo e providenciar a resolução – colocação das tampas’, garantiu o Governo do Municipal, por meio de nota.