São apenas 400 metros de um ponto ao outro da rua, mas a Jerônimo Coelho é uma importante e tradicional ligação para quem se locomove pela região central de Joinville. Nela, concentram-se lojas, estacionamentos, clínicas, agências bancárias e autoescolas, e, ao final da via, chega-se à rua do Príncipe e à praça Nereu Ramos.
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O acesso e a passagem por ela, no entanto, estão deixando comerciantes e pedestres incomodados: com as obras de macrodrenagem do rio Mathias, iniciadas no local em novembro do ano passado, o asfalto apresenta rachaduras e buracos, e o trecho entre a avenida Dr. Paulo Medeiros e a rua Itajaí está interditado. Os problemas devem permanecer até o fim das obras: só depois da implantação do duto de escoamento é que haverá novo asfalto no local.
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A rua Jerônimo Coelho foi uma das primeiras vias abertas na cidade, junto com a rua do Príncipe. Ela é uma via de mão única, com duas pistas, e, até maio deste ano, era utilizada por boa parte das linhas de ônibus que levavam à zona Sul de Joinville, causando filas e lentidão no trânsito. O problema foi resolvido com a abertura do corredor de ônibus na rua Nove de Março, mas, ao mesmo tempo, as condições de infraestrutura atrapalham o acesso e a rotina. É difícil encontrar, em toda a extensão da rua, um espaço em que o asfaltamento esteja inteiro e, nas áreas onde há mais passagem de veículos, há buracos, fendas e asfalto desgastado.
– Nestes dias secos, cada automóvel que passa pelos buracos levanta poeira. Temos um setor de lavação de carros e, depois de dez, 15 minutos, eles já estão sujos novamente – lamenta Fernando Alves Corrêa, responsável por um estacionamento na Jerônimo Coelho.
Segundo ele, só na frente do estabelecimento já ocorreram três quedas de pedestres que faziam a travessia na faixa nas últimas semanas. Dois idosos e uma pessoa com criança no colo pisaram em falso em um buraco e caíram no meio da via. O desnível no asfalto recebeu cimento após estas quedas, mas a irregularidade na superfície continua.
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– O asfalto está todo remendado e já faz muito tempo. Estamos perdendo clientes porque as pessoas não querem passar por aqui. E, daqui a pouco, com o fim do ano e todo mundo nas ruas querendo fazer compras, vira um grande problema de mobilidade para o Centro, porque tranca o trânsito – diz ele.
O motoboy Reinaldo da Silva, que atua no mesmo endereço do estacionamento, recentemente recebeu multa por dirigir sem atenção na Jerônimo Coelho. É uma infração leve, com valor de tarifa baixo, mas que se referia a algo que, segundo Reinaldo, ele não podia evitar: sobre a moto, ele tentava desviar dos buracos da pista e, por isso, diz ter respondido pela infração referente ao artigo 169 do Código Brasileiro de Trânsito, que trata sobre a direção sem atenção – no caso dele, por dirigir “em zigue-zague”.
Contornando as fendas e depressões do asfalto é também o jeito que João César de Oliveira encontra para passar de bicicleta pela Jerônimo Coelho. O quanto pode, ele tem a evitado.
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– Parece que você está pedalando na Lua quando atravessa a rua. Também passo por aqui de carro, mas tento encontrar outros trajetos – afirma ele.
Aos olhos do ciclista, o problema principal da via não nasceu com as obras de macronagem, há dez meses. Passar de bicicleta pela Jerônimo Coelho sempre foi complicado, porque a rua é estreita e possui vagas de estacionamento dos dois lados. Com isso, dividir a pista com os carros é muito perigoso. As calçadas, no entanto, também não são a solução.
– O meio-fio é cego e, em alguns pontos, não tem declive, então você é forçado a descer da bicicleta. O ciclista até dá um jeito, mas é uma questão de acessibilidade: quem anda na cadeira de rodas, por exemplo, não consegue passar – opina João César.
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