A partir das 13h30 desta quinta-feira, Margareth Aparecida Marcondes, de 47 anos, que ficou conhecida como a “doceira dos bombons envenenados”, sentará no banco dos réus, no Tribunal do Júri, no Fórum de Joinville. Ela será julgada por tentativa de homicídio contra o próprio marido, Nercival Cenedezi.
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A ré será escoltada do Complexo Médico-Penal do Paraná, onde está presa há dois anos. No estado vizinho ela responde por tentativa de homicídio contra quatro jovens que foram envenenados com doces. A previsão da juíza Karen Francis Reimer é de que o julgamento termine até 22h30.
A tentativa de homicídio contra o marido ocorreu em março de 2012 na residência onde o casal vivia, na rua Jasmim, no bairro Santa Catarina, em Joinville. Nercival foi encontrado deitado sobre a cama do casal, despido, desacordado e com marcas de agressão.
Um vídeo feito pela polícia mostrou na época as manchas de sangue que percorriam a cozinha até o quarto. As imagens mostram uma cena de violência. O homem ficou 15 dias internado em um hospital da cidade até recuperar a consciência e voltar para casa. Ele ficou com sequelas por causa do traumatismo craniano e hemorragia interna que sofreu.
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Quando esteve no Fórum em maio do ano passado para prestar depoimento sobre o caso, Nercival disse não se lembrar do que aconteceu. Mas, tinha certeza de uma coisa:
– Para mim, não há insanidade. Ela fez por livre e espontânea vontade, por alguma dívida que tinha -, disse à reportagem.
Na época do crime, Margareth sumiu de Joinville e só foi encontrada 11 dias depois, em Barra Velha. Conforme a denúncia do Ministério Público, ela fugiu após quase matar o companheiro com golpes de rolo de macarrão.
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A suspeita é de que ela não queria que o marido descobrisse sobre o envenenamento ocorrido dias antes em Curitiba. Os quatro jovens foram internados após consumir bombons envenenados. A principal suspeita da polícia do Paraná era Margareth, que havia sido contratada para organizar a festa de 15 anos de uma das vítimas.
Um exame de sanidade mental solicitado pela defesa no processo de Joinville indicou que Margareth estava em plena capacidade mental quando agrediu o marido. A perícia foi solicitada mediante a alegação de que a ré seria inimputável, ou seja, não poderia responder por si judicialmente em virtude de anomalia psíquica.
Envenenamento
Margareth ficou presa no Paraná, onde também deve ir a júri pelo envenenamento dos quatro jovens. À Justiça, a acusada confessou que agrediu o companheiro para que ele não descobrisse sobre o envenenamento.
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Segundo a denúncia do Ministério Público, Margareth havia sido contratada para organizar uma festa de 15 anos em Curitiba. Ela recebeu R$ 8 mil antecipadamente para o trabalho, mas acabou gastando o dinheiro sem providenciar os arranjos do evento.
Conforme a denúncia, ela decidiu colocar veneno de rato numa amostra de doces enviada à aniversariante com o intuito de deixar a jovem doente e adiar a festa. Assim, ela ganharia tempo para recuperar o dinheiro.
Outros três colegas da garota experimentaram os bombons e também acabaram sendo internados. Para a Justiça, as circunstâncias do envenenamento caracterizaram tentativas de homicídio.
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